Filiado ao PT, Rubens Bastos, conhecido como Rubinho, disputa eleições em Osasco desde 1996. Desde então, já foi vereador na cidade por três vezes. No ano passado se licenciou do cargo na Câmara e assumiu a Secretaria da Indústria, Comércio e Abastecimento de Osasco. Nesta entrevista, Rubinho fala sobre os projetos da secretaria, aborda a ampliação de hotéis em Osasco e discorre sobre a implantação de um porto seco no município. Além disso, o secretário comenta que irá deixar a pasta para disputar as eleições desse ano.
Há quanto tempo o senhor está à frente da Secretário da Indústria, Comércio e Abastecimento?
Há um ano.
Desde que o senhor está na administração da pasta, quais ações que já foram realizadas que o senhor destaca como a mais importante?
A aprovação da Lei Geral, uma legislação importante que incentiva o pequeno e médio empresário da nossa cidade, e possibilita a prefeitura comprar destes empresários pequenos e médios a titulo de fomentar o mercado local. Tivemos também as ações correlatas, que foi caso da parceria que fizemos com a Pecs-Brasil, uma instituição que funciona dentro da Faculdade Palmares, em São Paulo, e que presta assessoria para que o empresário possa ser incentivado no que diz respeito à cultura exportadora. Temos cerca de 40 empresas na cidade assistidas por esse projeto.
Quais são os projetos da pasta para este ano?
Estamos no ano do cinqüentenário e existe um caderno com todas as propostas levantadas. Nesse caderno temos algumas demandas que precisam ser realizadas e que precisamos nos adequar.
Qual seria uma delas?
Uma das questões é a capacidade hoteleira na cidade. Os hotéis de Osasco possuem uma demanda muito grande de ocupação. É preciso ampliar a rede hoteleira.
E já existe procura para instalar esse tipo se serviço na cidade?
Já existem empresas procurando espaço na cidade para se instalarem. Outro anseio é a criação de um porto seco na cidade, no sentido, também, de desovar a produção. Já temos vários galpões aqui que meio que fazem esse papel, mas a idéia é ter uma coisa concentrada, às margens de uma rodovia para poder dar vazão ao transportes de cargas e, assim, evitar a entrada de caminhões na cidade. Várias ações serão realizadas ao longo do ano.
Nas eleições desse ano o senhor pretende concorrer à reeleição para vereador?
Sendo secretário tive a oportunidade de conhecer a máquina pública por dentro. Uma oportunidade muito importante à frente da secretaria que me deu conhecimento e experiência. Agora estou no meu terceiro mandato e vou, sim, concorrer para a reeleição.
Quando o senhor pretende deixar a secretaria e voltar ao legislativo?
No final de março, no prazo limite da legislação eleitoral.
Vários partidos se reuniram na semana passada para discutirem o aumento de cadeiras na Câmara Municipal. O senhor é favorável à permanência dos 21 vereadores ou acredita que seja importante ampliar esse número? Pela legislação, a Câmara de Osasco pode ter até 27 vereadores.
Eu não posso levantar uma bandeira e ser refém do meu discurso. Primeiro eu acho que 27 é um número que não tem consenso. Fala-se em aumentar para 23 vereadores, ou seja, pelo menos mais duas cadeiras. A princípio, por representatividade, os 21 já contemplam a necessidade da cidade. Mas acho legitima a reivindicação [dos partidos]. Não tenho uma opinião formada sobre 21 ou 23, mas posso avançar no debate e ser partidário da idéia de 23.
Qual é a sua opinião sobre fidelidade partidária?
Acho que se deve ter fidelidade. No PT não é recorrente essa questão de infidelidade. Acho que os partidos precisam criar mecanismos de organização, de vida partidária, acima de tudo. Já vimos de tudo na política como, por exemplo, gente de extrema direita virar extrema esquerda. Devemos ter princípios acima de tudo. As pessoas precisam procurar sempre os partidos que elas se identificam ideologicamente e não por conveniência eleitoral.
Qual é a sua opinião sobre a atuação dos vereadores de oposição na Câmara Municipal?
A oposição é sempre legitima. Eu estive por quatro anos como vereador de oposição e, pelo o fato de estar na secretaria, não tenho acompanhado muito a vida intensa da Câmara, mas penso que tudo que está dentro do respeito é legitimo. Sempre os dois lados precisam ser ouvidos, a coisa só não deve ser levada para o lado pessoal.
Qual avaliação o senhor faz da administração do prefeito Emidio de Souza (PT)?
Avalio como uma ótima administração. Estou surpreendido e muito surpreso positivamente falando. Desde 2005 foram realizadas muitas ações, projetos e investimentos. A cidade saiu da 24ª posição no PIB para a 12ª. É inegável o crescimento da cidade não só no desenvolvimento, mais, também, na infra-estrutura como questões habitacionais e reforma de escolas. O prefeito Emidio teve muita habilidade e capacidade para fazer a renovação da máquina pública, valorizou o servidor, colocou a cidade nos trilhos e, daqui por diante, é só progresso.
Recentemente o pastor Reinaldo Mota, pré-candidato do PMN à prefeitura de Osasco, declarou que os evangélicos fizeram a diferença nas eleições de 2010 e nas eleições deste ano os evangélicos serão o grande peso da balança. O senhor, sendo integrante do segmento evangélico, também acredita nessa possibilidade?
Eu discordo em partes. Mesmo porque uma eleição presidencial é muito diferente da eleição municipal. A presidencial tem temas polêmicos e apelos nacionais, como aborto entre outros pontos que são muito questionados. No caso de 2010 houve a onda verde da Marina Silva e a CNBB participou, não foram só os evangélicos. Os evangélicos têm uma força muito grande, porém, dentro de um universo muito segmentado, várias denominações, cada um com a sua autonomia, isso no meu ponto de vista não reflete, diretamente, no processo eleitoral. A prioridade da igreja é pregar o evangelho. A participação dos evangélicos no processo é importante, mas não na dimensão que o pastor colocou.
Fonte: Webdiário
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