O livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Junior, foi tema de debate em Osasco, na última quarta-feira (21). Realizado no Sindicato dos Bancários, o evento contou com a presença do autor, reuniu mais de 100 pessoas e foi transmitido ao vivo pelo Portal Linha Direta.
A obra relata, com documentos, esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro ocorridos durante a era das privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso.
No evento, Amaury reafirmou que “os tucanos criaram um sistema de lavagem de dinheiro”. Ele acusou o ex-governador paulista, José Serra (PSDB), de ser o principal beneficiado pelos esquemas ilícitos. “O Serra é o elo de tudo. Todas as pessoas envolvidas [nos supostos esquemas] estão ligadas a ele.” Entre os envolvidos estão a filha de Serra, Verônica. José Serra deve ser o candidato do PSDB à prefeitura da Capital.
O secretário de Comunicação do PT-SP, Aparecido Luiz da Silva, o Cidão, defende que o partido precisa preparar a militância. “Temos de nos preocupar porque esse ano o ‘privata’ vai ser candidato a prefeito de São Paulo. Precisamos alertar o povo brasileiro: cuidado com o Serra”, afirmou.
O jornalista Altamiro Borges acredita que as privatizações da era FHC fortaleceram o Caixa 2 e enriqueceram muita gente. “A filha dele (Verônica Serra) precisa se explicar, o genro precisa se explicar, o primo”, disparou. “E queriam privatizar mais. A Petrobras, o Banco do Brasil”.
Para o coordenador do PT na Macrorregião de Osasco, Valdir Roque, “este tipo de debate dá chance de esclarecer os companheiros, preparar a militância”.
CPI
Em dezembro, o deputado federal Protógenes Queiroz protocolou um pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara com 184 assinaturas para apurar as denúncias publicadas em A Privataria Tucana. A CPI deve ser criada nas próximas semanas.
A ex vereadora paulistana Claudete Alves (PT) destacou a importância do livro: “Esse livro dá uma contribuição enorme para que o Brasil possa despertar desse pesadelo da inconsciência da classe média”. Para ela, a obra “deveria ser motivo para tipificar José Serra como ficha-suja”.
Ela afirmou que, quando o tucano era prefeito da Capital, foi perseguida por tentar impedir que ele fizesse privatizações.
“Internet é brecha da democratização da comunicação”
Amaury Ribeiro Jr. avalia que “a elite paulistana odeia tudo que é minoria. É essa elite que permite que o Serra sempre continue na política. E essa imprensa também faz parte disso”.
Os participantes da mesa criticaram a cobertura da grande mídia às denúncias publicadas no livro. “O livro estourando de vendas e a mídia não fala nada. E, quando começam a falar, escalam os ‘calunistas’”, disse Altamiro Borges. “A internet é uma brecha da democratização da comunicação. Foi através das redes sociais, dos sites progressistas, da blogsfera, que o livro ganhou a projeção que teve”, continuou. A obra, que deve gerar uma CPI na Câmara, já vendeu mais de 120 mil exemplares.
Cidão lembrou exemplos de tentativas de manipulação feitas pela grande mídia, como o episódio da “bolinha de papel” envolvendo o então candidato á presidência José Serra. Ele defende que o PT coloque em discussão o Marco Regulatório da Comunicação. “Não dá para a mídia destruir uma reputação em questão de minutos e o outro lado só conseguir direito de resposta anos depois.”
Cidão também destacou os avanços na Comunicação do PT-SP, como o Portal Linha Direta, com 3 milhões de acessos em 11 meses, entre outros. “Em breve criaremos uma Web Rádio”.
Também participaram da mesa de debate o diretor-geral da Rede Brasil Atual, Paulo Salvador, e o jornalista Claudio Motta Jr., da revista Identidade.
Outras presenças de destaque são do deputado estadual Marcos Martins, do presidente do PT - Osasco e vereador João Goes, da ex. vereadora Claudete Alves, do presidente da Câmara Municipal de Osasco, Aluísio Pinheiro, Gelson Aparecido (Secretário de Saúde de Osasco), Luciano Lub (Secretario de Cultura de Osasco), Maria Rossafa (Secretária de Assistência e Promoção Social).
Confira o vídeo:
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