sexta-feira, 16 de março de 2012

Letônia insiste em lembrar data comemorativa fascista

Os veteranos das divisões Waffen SS nazistas voltaram a celebrar nesta sexta-feira (16) o que chamam de "Dia do Legionário" na Letônia. Na véspera, 15 de março, o Tribunal Municipal de Valmier havia levantado a proibição do Parlamento de Riga de efetuar uma marcha de partidários dos fascistas.

Hoje, a situação em Riga não esteve tranquila. Pelo centro da cidade passaram duas marchas ao mesmo tempo, uma de partidários dos legionários e a outra de antifascistas.

Apesar de tentativas de antigos "legionários" de ocultar a verdade e alegar que não foram membros da SS, eles serviram assim ao Exército Nazista na Letônia e em outros países.

Estas divisões foram formadas por fascistas em 1943, combatendo do lado da Alemanha e participando de operações punitivas contra a população civil.

Contudo, apesar de tais “méritos”, o dia 16 de março, após a desintegração da União Soviética e a independência da Letônia, foi declarado como data comemorativa, diz um dos presidentes do partido “Pelos Direitos Humanos na Letônia Unida”, Jakob Pliner:

"Naquele dia, durante a Segunda Guerra Mundial, a 15ª e a 19ª divisões letãs das Waffen SS combateram em conjunto com tropas alemãs contra o Exército Soviético no rio Velikaya. Em 1998, o Parlamento da Letônia proclamou este dia como data festiva e comemorativa. Passados dois anos, após prolongados debate, a pressão da Europa e da opinião pública progressista da Letônia, este dia, 16 de março, foi excluído do calendário oficial de datas festivas, mas, todos os anos, os nazistas e grupos de ideologia pró-fascista continuam a celebrá-lo."

Tal como é costume, a marcha começou no centro velho de Riga e prosseguiu até ao monumento à Liberdade. Os manifestantes agitavam bandeiras nacionais da Letônia, país que, no fundo, poderia não existir, considera Jakob Pliner.

"O Estado da Letônia foi conservado graças à vitória sobre o fascismo na Segunda Guerra Mundial. Eu me lembro, li um documento em que se diz que os hitlerianos, em caso de vitória, pretendiam assimilar uma parte dos letões, assassinar outra parte e mandar os restantes para regiões do norte da Rússia. E se eles vencessem, aqui existiria a Östland. A língua estatal seria o alemão. Hitler nunca prometeu a independência à Letônia."

A constatação dos especialistas, apesar da realidade histórica é que os festejos em honra dos legionários letões das Waffen SS se tornam mais "disputados" cada ano que passa.

Este ano, o presidente da Letônia, o direitista Andris Berzins, declarou que os legionários devem ser honrados. "Fiquei chocado ao saber isso", diz Jakob Pliner.

"Senti vergonha por ele perante a sociedade letã, europeia e mundial. Ele poderia lamentar o que aconteceu na nossa história, mas não se pode de modo algum reescrever a história e tornar as Waffen SS um corpo de herois."

Apesar do apoio dos legionários por parte das autoridades, na Letônia há muitas pessoas que não esquecem a façanha dos soldados soviéticos que morreram pela libertação da república. Centenas de antifascistas saíram às ruas da cidade para protestar contra o fascismo crescente na Letônia.

Fonte: Vermelho com informações da Voz da Rússia

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