terça-feira, 6 de março de 2012

Política não pode dividir religiões

Por: Valdir Roque


É cada vez maior o número de pastores-candidatos nas eleições. Numa democracia,
todos os segmentos devem ser respeitados e buscar representatividade, e respeito muito
isso. Mas gostaria de fazer uma ressalva ao discurso de muitos pastores evangélicos que
são pré-candidatos.

Claro há os nomes qualificados e que entendem que a política deve visar o bem de
todos, independentemente da religião. Seja evangélico, católico, adepto de religiões
afro-brasileiras etc. Mas também há os que querem dividir, criar “guerras” entre
religiões.

Em entrevista esta semana neste jornal, um pastor pré-candidato a prefeito de Osasco
fez afirmações que julgo equivocadas. Ele destaca que um dos trunfos para sua
candidatura é o fato de, disse, cerca de 30% da população osasquense ser formada por
evangélicos.

Trata-se de um número, sem dúvida, significativo. É uma grande parcela da população
que merece muito respeito.

No entanto, em um hipotético governo deste pré-candidato a prefeito, pergunto: e os
adeptos de outras religiões, como os católicos, como ficariam em um governo de um
homem que, ao invés de expor projetos para a cidade, contabiliza o número de adeptos
de sua religião?

Pelas declarações do pastor pré-candidato, a ideia é que todos os evangélicos votem
nele, independentemente dos projetos dele para nossa querida cidade de Osasco. Aliás,
ele não apresentou nenhum na entrevista.

Mais importante do que se a pessoa é católica, evangélica, adepta de religiões afro-
brasileiras, é o que ela pode fazer pelo bem de nossa cidade.
Como em uma família, onde muitas vezes o pai segue uma religião, a mãe outra, os
filhos outra, mas todos se amam e querem o bem uns dos outros. Peço a Deus que
abençoe a todos, independentemente das formas como se chega até ele.


*Valdir Roque é presidente da CMTO e coordenador do PT Macro Osasco

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