Depois de uma campanha com forte embate junto à grande imprensa, a mineira Dilma Rousseff mostrou para o povo brasileiro que o país deve e irá seguir mudando.
“Sim! A mulher pode”. Foi essa frase que Dilma – a primeira mulher eleita presidenta do Brasil – disse em seu pronunciamento, após confirmação da vitória nas urnas, no domingo, dia 31 de outubro de 2010. Eleita com 55.752.529 votos, que representa 56,05% dos votos válidos, a futura presidenta acenou do Hotel Naoum, em Brasília (DF), agradecendo o carinho do povo brasileiro.
Nunca antes, uma mulher assumiu democraticamente a liderança da nossa nação. Tal feito, contudo, está intimamente ligado ao compromisso que a petista assumiu desde o início de sua campanha; valorizar a democracia e os direitos essenciais básicos, como: educação, saúde, cultura, segurança, alimentação, moradia e paz social. Além de geração de emprego e erradicação da miséria.
Em seu discurso, Dilma Rousseff destacou o avanço do Brasil durante o governo Lula e, principalmente, o avanço democrático que significa eleger a primeira mulher presidenta do país. Segundo ela, este é o momento de ampliar a defesa dos direitos civis valorizando a mulher. “Gostaria muito que os pais e mães das meninas pudessem olhar hoje para os olhos delas e dizer, Sim! a mulher pode", destacou. Dilma também abordou a importância de zelar pela liberdade de imprensa e religiosa, além de cumprir os direitos humanos e a Constituição.
O Brasil este ano está completando 121 anos de República. Desde então, outros 40 homens, dentre marechais, médicos, advogados, jornalistas, militares, engenheiros, sociólogo estiveram à frente do comando do governo brasileiro. O último a ocupar o cargo, todavia, era diferente dos demais, torneiro mecânico e sindicalista, Luis Inácio Lula da Silva nunca foi um intelectual acadêmico do País. Entretanto, depois de dois mandatos, é um dos – senão o único – presidente que, após o processo de redemocratização, deixa o governo com amplos índices de aprovação, sendo respeitado dentro e fora do Brasil. Até nas palavras do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Lula é o cara!”, afirmou o presidente americano.
A candidatura de Dilma, amplamente apoiada pelo então presidente, representa a continuidade de um governo democrático e popular que reduziu a pobreza e o desemprego desde 2002, segundo dados do IBGE. Durante o período petista frente ao executivo, foram realizadas mais políticas para as mulheres e jovens, possibilitando a 704,6 mil pessoas o ingresso em cursos superiores pelo Programa Universidade para todos – Prouni. A eleição de Dilma aponta então para o crescimento de tais estatísticas. E nos próximos anos, o Brasil sediará a Copa de 2014 e as Olimpíadas do Rio em 2016. Eventos que projetarão ainda mais o Brasil no cenário mundial.
Trajetória ímpar
A petista Dilma Vana Rousself, economista, nasceu em Belo Horizonte (MG) em 1947. É a primeira mulher a assumir a presidência da República Federativa do Brasil. Interessou-se pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciou na militância, integrando organizações que lutavam contra o regime totalitário, como o Comando de Libertação Nacional e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares. Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Operação Bandeirante (Oban), onde teria sofrido sessões de tortura, e, posteriormente, no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
Em seu site (dilma.com.br) ela conta que tinha 14 anos quando o pai morreu. Já havia lido Germinal, de Emile Zola, sobre as subumanas condições de vida dos trabalhadores nas minas de carvão na França do século XIX. O processo de estação e maturação de movimentos grevistas e de atitudes ofensivas dos trabalhadores pelos seus direitos. Filha da professora Dilma Jane Rousseff e do advogado Pedro Rousseff, um búlgaro naturalizado brasileiro com quem adquiriu o gosto pela leitura. De acordo com pessoas próximas, Dilma era uma devoradora de livros, tendo construído uma sólida formação intelectual. Até os 15 anos, estudou no tradicional Colégio Sion, atual Colégio Santa Dorotéia, escola onde eram educadas as filhas da elite da capital mineira. Ao ingressar no ensino médio, passou para o Colégio Estadual, escola pública mista, mais liberal, onde surgiram muitos dos líderes da resistência à ditadura em Minas.
Formou-se em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais, centro de efervescência cultural de Belo Horizonte, às vésperas do golpe de 64. Os anos que marcaram a ditadura no país se iniciavam ali. O auge do regime, contudo, viria algum tempo depois, quando o governo decretou, no dia 13 de dezembro de 1968, o AI – 5 (Ato institucional nº 5). Com ele, o Brasil estava fadado a mergulhar nos porões da repressão.
Quando Dilma saiu da prisão foi para Porto Alegre, conheceu Carlos Araujo, com quem se casou. Da união nasceu Paula, sua única filha. No início dos anos 80, Dilma continuou lutando pela democracia – ajudou a fundar o PDT (Partido Democrático Trabalhista) gaúcho e assumiu seu primeiro cargo administrativo na prefeitura de Porto Alegre no mandato do então prefeito, Alceu Colares. Nos anos 90, tornou-se a presidente da Fundação de Economia e Estatística. Em seguida, foi convidada a ser secretária estadual de Minas e Energia, no governo do rio Grande do Sul, na gestão de Alceu Colares e Olívio Dutra. E mais tarde filiou-se ao PT (Partido dos Trabalhadores).
Em 2002 é convidada a ser ministra de Minas Energia e mais tarde em 2005, Dilma assume a chefia da Casa Civil e torna-se o braço direito do presidente Lula, ela assume toda a coordenação da Casa Civil e dos principais programas do governo como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que inclui o programa Minha Casa Minha Vida.
E agora, começa a trilhar o caminho para ser a primeira mulher a assumir, no dia 1º de janeiro, a Presidência da República e fazer o Brasil continuar mudando.
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