segunda-feira, 30 de maio de 2011

Macro Osasco debate conjuntura, eleições, reforma política e elege delegados para encontro estadual do PT

Participantes debateram reforma estatutária e política. Foram eleitos

delegados para o Encontro das Macros, que acontece nos dias 17 e 18 de junho, em Sumaré.


Por Elineudo Meira e Gilson Nascimento, Macro Osasco
Fonte:www.pt-sp.org.br

O Encontro da Macrorregião de Osasco foi realizado no último sábado (28), no Instituto Casa da Gente, em Carapicuíba. Estiveram presentes mais de 400 militantes das 19 cidades da Macro, sendo 250 delegados da legenda eleitos nos encontros municipais que aconteceram durante os meses de abril e maio.

Com uma programação de 9 horas de duração, o encontro incluiu palestras, debates e intervenções do plenário, além da eleição dos delegados para o Encontro das Macros, que acontece dias 17 e 18 de junho, em Sumaré. Os trabalhos foram conduzidos pelo coordenador da Macro-Osasco, Valdir Roque, que iniciou falando da composição da Macro. “Estamos divididos em três Microrregiões: Micro BR, que inclui as cidades de Taboão da Serra, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, São Lourenço da Serra e Juquitiba; Micro Castelo, com os municípios de Osasco, Carapicuíba, Barueri, Santana de Parnaíba, Jandira, Itapevi, Cotia e Vargem Grande Paulista; e Micro Anhanguera, que reúne as cidades de Francisco Morato, Caieiras, Franco da Rocha, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar”, enumerou Valdir. Ele também explicou que os temas foram divididos em quatro mesas de debates.

Mesa 1: Conjuntura nacional, estadual e municipal

A primeira mesa, que debateu conjuntura nacional, estadual e municipal, foi composta pelo deputado federal João Paulo Cunha; estadual, Isac Reis; prefeito de Osasco Emidio de Souza; prefeito de Carapicuíba Sergio Ribeiro; vice-prefeita de Taboão da Serra Márcia Regina da Silva; ex-prefeito de Jandira Paulinho Bururu; e pelo presidente da Câmara de Carapicuíba, Alexandre Pimentel. Valdir Roque e Meire Quadros intermediou o debate.

O grupo destacou a parcialidade da mídia com relação ao PT e PSDB, os avanços do Brasil no governo Lula e a continuidade com a presidenta Dilma. Também foram destacados os avanços das cidades governadas pelo PT e os resultados das últimas eleições na Macro, região em que Dilma, Mercadante e Marta ganharam dos candidatos tucanos.

A vice-prefeita de Taboão da Serra explanou sobre a crise de corrupção envolvendo três vereadores e funcionários do setor de IPTU na cidade e que o esquema só foi descoberto após denúncia feita pelo prefeito. Ela também falou do crescimento do País e criticou a imprensa. “Não vamos descansar enquanto a mídia estiver destruindo a imagem da presidenta Dilma. Essa mídia que é a grande operadora de oposição do PSDB”, alertou.

O prefeito de Osasco Emidio Souza destacou o resultado das últimas eleições. Para ele, a vitória de Dilma foi um grande avanço para o partido e para o Brasil. “Os governos federal e estadual são muito importantes, mas o governo municipal é fundamental. Uma cidade bem governada vai melhorar a outra parte da qualidade de vida das pessoas”, explicou.

O ex-prefeito de Jandira falou dos programas do governo federal que mudaram totalmente a situação econômica do País. Outro tema abordado Por Paulo Bururu foi o caso da morte do prefeito Braz do PSDB, assassinado pelos amigos do próprio partido e integrantes do governo tucano. “Estou sendo investigado, mas a mídia já me condenou. Existem quase 70 prefeituras sendo investigadas pelo mesmo processo, mas apenas Jandira está na mídia. Invadiram a minha casa às 5 horas da manhã, como se eu fosse um bandido, e fizeram isso acompanhados de emissora de televisão”, desabafou. Segundo Bururu, o valor dos seus bens não condiz com o que está sendo divulgado.

O presidente da Câmara de Carapicuíba, Alexandre Pimentel, acusou a mídia de parcialidade jornalística. “Assim como Jandira, Carapicuíba também está sendo investigada e já foi comprovado o desvio de mais de 10 milhões de reais da merenda escolar na administração do PSDB, mas a população não sabe. Hoje, gastamos bem menos e vamos disputar o prêmio de melhor merenda do país”, disse. “O jornal Estado de São Paulo, publicou uma página inteira falando que vamos reativar o antigo lixão da cidade. É uma mentira”, afirmou Pimentel.

Por sua vez, o deputado Isac Reis questionou o desserviço da mídia. “O PT é forte nessa região e isso incomoda aqueles que não são favoráveis ao palanque da Dilma. A mídia não mostra a quantidade de CPIs que estão paradas para não investigar o PSDB. Como os casos de irregularidades no CDHU, da extinta FEBEM, que gastava 2,3 mil reais por mês com cada interno, os escândalos dos pedágios entre outros”, cobrou. Ele ainda abordou a estratégia que o PSDB está utilizando para romper o grande cinturão vermelho que cresce no entorno da capital.

Para o deputado João Paulo Cunha, a eleição municipal depende da situação de cada cidade. “O que vai contar é saber fazer uma boa política local. O melhor a fazer no momento é fortalecer a sigla, a estrela. Vamos preparar uma boa chapa de candidatos”, explicou. Ele frisou que o PT é o partido que mais sabe administrar os recursos públicos e tem a simpatia do povo. “É o partido mais lembrado no Brasil inteiro”, afirmou. Falou da nova geração que se forma após o governo Lula e da necessidade de gerar 2 milhões de novos empregos ao ano. João Paulo acredita que se acontecer a reforma política e eleitoral, o PT e o país viverão uma nova fase. “O voto em lista, a fidelidade partidária e o financiamento público são bons, mas a direita não vai deixar isso ser aprovado”, adiantou.

Mesa 2: Reforma Estatutária
Já na segunda mesa de debate a pauta foi reforma estatutária, com a participação do deputado estadual Marcos Martins; prefeito de Francisco Morato, Zezinho Bressane; o membro do GTE do Diretório Estadual, Antônio dos Santos; a secretária de Mulheres da Macro-Osasco, Maria Aparecida Aguiar (Cidinha); a secretária de Relações Institucionais da Macro-Osasco, Maria de Lurdes dos Santos. Valdir Roque e Valdir Taferel intermediaram o debate.
Os componentes da mesa debateram algumas mudanças previstas na reformulação do Estatuto do Partido, incluindo as questões de contribuições financeiras e código de ética. Em destaque também a importância da união entre as cidades, a reforma do estatuto e o cuidado com alianças, ressaltando que o PT não deve se coligar com PSDB, PPS e DEM.

Mesa 3: Diagnóstico Político e Eleições 2012

A mesa contou com o prefeito de Carapicuíba Sergio Ribeiro; do presidente da Câmara de Osasco, Aluizio Pinheiro; do coordenador da Macro-Osasco, Valdir Roque; do secretario de Finanças do Diretório Estadual, Irineu Casemiro; da secretária-adjunta de Saúde de Embu das Artes, Maria das Graças; e teve como intermediadores, e Dina Klein Eugênio Valentim da Silva, do GTE da Macro-Osasco.

O Diagnóstico Político foi apresentado por Valdir Roque. “A Macro é composta por 19 cidades, temos 6 prefeituras e 29 vereadores. Nossa meta para próximas eleições é de eleger 8 prefeitos e 35 vereadores”, disse. Ele ainda detalhou o quadro político de cada município.

Os outros membros da mesa debateram eleições 2012. Sergio Ribeiro iniciou o debate resgatando a sua candidatura para prefeito nas últimas eleições. Lembrou das dificuldades financeiras e estratégias eleitorais que deram certo.

Mesa 4: Reforma política

Reforma política foi debatida pela última mesa, composta pelo deputado estadual Geraldo Cruz; prefeito de Embu das Artes, Chico Brito; secretário de Administração da Prefeitura de Osasco, Paulo Fiorilo; diretor do Sindicato dos Químicos de SP e membro da Macro-Osasco, Ritalo Alves Lins; e pela militante da macha mundial de mulheres e do coletivo de Juventude do PT Nacional, Carla Bezerra. Valdir Roque mediou o debate.

Os participantes deixaram claro que é preciso amadurecer melhor as propostas de mudança e debater com a sociedade. Alguns defendem que a reforma deve radicalizar com a democracia e tornar a disputa mais igualitária. Alguns chegaram a defender o fim do Senado. Frisaram vários meios de disputas eleitorais como lista aberta, lista fechada, lista flexiva, financiamento público de campanha, fim das coligações, voto distrital, voto distrital misto e distritão. Depois de longo debate entre contras e a favor, um ponto em comum: os participantes não acreditam que a reforma seja aprovada já para as próximas eleições.

Resolução de delegados para o Encontro das Macros

No final da atividade foi aprovada a chapa de 97 delegados que vão representar a região de Osasco no Encontro das Macros. A composição foi montada por tendências, mediante a participação no último PED: 58 delegados da CNB, 14 delegados do Novo Rumo, 7 delegados da Mensagem, 7 delegados do Por um PT de Lutas e Massas, 7 delegados do Movimento PT, 1 delegado da Esquerda Socialista, 1 delegado da Virar a Esquerda e Reatar o Socialismo e, por fim, 1delegado da Esquerda Marxista. Total de 97 delegados que representarão a região em Sumaré nos próximos dias 17 e 18 de junho de 2011.

Edição: Cecilia Mantovan

Foto: Elineudo Meira


segunda-feira, 23 de maio de 2011

ENTREVISTA - João Paulo Cunha (Deputado Federal – PT)


“No caso de Osasco, o nome do candidato não tem disputa. A situação é extremamente calma, tranqüila, consensual e bastante unitária”

Por Aline Lamas e
Graciela Zabotto
(politica@webdiario.com.br)

Ele é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal, a mais importante do Congresso Nacional. Nesta entrevista ao Diário da Região, o deputado federal João Paulo Cunha fala sobre o novo Código Florestal, o cronograma e flexibilização das licitações das obras da Copa do Mundo e Olimpíadas e cita nomes fortes para concorrer à prefeitura de Osasco pelo PT.

Em breve a Câmara deve votar a flexibilização das licitações das obras da Copa do
Mundo e Olimpíadas. Como o senhor irá votar e qual a sua opinião sobre esse afrouxamento nas regras?
Sou favorável desde que flexibilizar não signifique criar brechas e ter as exigências de um bom serviço e de uma boa obra. Às vezes o processo de licitação demora tanto que ele acaba sendo responsável pelo atraso em algumas obras. Como estamos correndo contra o tempo por causa das obras de 2014 e 2016, é importante que algumas matérias que envolvam esses dois eventos tenham uma tramitação mais ágil, desde que, insisto nisto, não signifique perder o controle das licitações.

O Ministério Público (MP) questionou a Medida Provisória do Governo dizendo que há alguns pontos inconstitucionais que flexibilizam as licitações. Como o senhor vê essa análise?
Primeiro: o Ministério Público reclama de tudo. Ele fala sobre todos os assuntos e todas as medidas. Eles avaliam tudo e não me impressiona que tenha se manifestado sobre isso. Segundo: a Câmara não vai votar uma lei que seja inconstitucional. Aliás, como o Ministério Público julga que uma coisa é inconstitucional se não foi votada ainda? É uma coisa meio despropositada. Vão ter que esperar o Congresso apreciar. Votar a lei. Depois de sancionada a lei, se tiver alguma coisa inconstitucional, vai recorrer. Mas enquanto não for votada não pode falar que é inconstitucional porque não sabe o teor.

O MP deve ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso ela seja aprovada da
maneira como está hoje. O governo tem um plano B caso isso aconteça?
Caso seja aprovado, caso o MP recorra, o governo e o Congresso terão que se defender. Aí vai ser uma briga no judiciário.

O cronograma das obras tem sido bastante questionado. O senhor acredita que o Brasil conseguirá concluir as obras e ampliar os aeroportos a tempo para a Copa de 2014?
Acho que há um medo exagerado disso. A comparação do Brasil com outras cidades e países que tiveram evento dessa magnitude não está muito diferente. Acredito que vamos conseguir responder. Pode, claro, não atender tudo. Pode ser que não consiga entregar todas as linhas do metrô e avenidas, mas acho que o básico vamos conseguir atingir sim.

Na sua opinião, por que existe essa falta de consenso entre o governo e a base aliada com relação ao novo Código Florestal?
Vamos trabalhar bastante para ver se conseguimos chegar a um ponto mais próximo do comum, unificando praticamente toda a base do governo. Do relatório inicial do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB), o governo tem concordância em cerca de 90%, claro que a parte que não há concordância é uma parte muito forte e é exatamente por isso que ela tem segurado a votação, mas acho que é possível a gente trabalhar. O ponto essencial é o seguinte: o governo quer um decreto sobre a sua responsabilidade da União, para você definir as regras de recuperação das reservas e, ao mesmo tempo, as regras para o futuro, em um decreto com as respectivas culturas e peculiaridades, uma parte do outro setor quer que essas regras sejam avalizadas pelo poder estadual e municipal, essa é a primeira diferença. Ultrapassando isso fica um decreto sobre a responsabilidade do governo federal, nesse caso, o que o outro setor quer é que tenha o prazo de um ano para o decreto ser publicado. Então estamos vendo como chegar em um ponto mais próximo do comum.

Qual é o argumento que justifica a proposta desse prazo de um ano?
Eles acham que a realidade é tão diferente que precisaria desse tempo para cada cultura e caso ser avaliado.

Dilma assumiu a presidência com uma base aliada maior do que a do ex-presidente Lula em seus primeiros anos de governo. No entanto, o governo está encontrando dificuldades para aprovar algumas matérias, entre elas o Código Florestal. Falta articulação entre o governo e a base?
Acho que não é tanto assim. Acredito que quase todas as matérias do governo foram aprovadas no Congresso. Essa matéria do Código Florestal é, naturalmente, uma matéria polêmica mesmo, isso pela característica do Brasil. Mas creio que precisamos esperar um pouco porque será votada e o governo vai ganhar.

O senhor comentou em uma outra entrevista que existe diferença entre o grande e o pequeno devastador. Qual critério seria utilizado para definir essa diferença?
A penalidade é você recuperar um percentual da área devastada que vai funcionar de acordo com a região. Uma outra questão é definir o percentual que é deixado como reserva – um pedaço que você não desmata dentro da sua área total – e proteção permanente – que tem que deixar naturalmente, como as matas ciliares. Estes percentuais já estão diferenciados e nesse caso já demos um passo bom.

O diretório estadual do PT já afirmou que deseja definir ainda este ano o nome que disputará a prefeitura na Capital. O diretório municipal adotará a mesma estratégia?
Na Capital existem vários nomes, então quem dirige o PT está querendo definir para entrar no ano que vem com mais tranqüilidade. No caso de Osasco o nome do candidato não tem disputa. A situação é extremamente calma, tranqüila, consensual e bastante unitária.

O senhor seria o candidato do PT em Osasco?
Ainda não está definido que eu serei o candidato. Não vamos definir agora. O prefeito Emidio [de Souza - PT] e eu estamos conversando bastante e vamos encontrar o melhor tempo para anunciar o candidato. O nome do candidato de Osasco será definido de forma tranqüila. É um nome natural.

Acredita que existam outros nomes no PT?
Temos vários nomes bons que poderiam disputar a prefeitura, mas que nesse momento não estamos tratando. O deputado estadual Marcos Martins poderia ser um bom nome, assim como o Aluísio Pinheiro, presidente da Câmara Municipal, e o vereador João Gois, presidente do PT municipal.

Já existe alguma articulação sobre quem será o vice-prefeito?
Nós temos muito carinho por esse tema e por isso vamos cuidar bastante. A ideia é que o vice não seja do PT, que seja um nome complementar ao PT e que tenha bastante relação com a cidade. Os nomes que aparecem são bem-vindos. E insisto que vamos conversar com o PMDB, com o Francisco Rossi e a Ana Paula Rossi, e com o PSD, com Lau Alencar e Osvaldo Vergínio (atual PR, rumo ao PSD).

A CCJ sofreu uma mudança neste ano. Ela passou a realizar as votações por grupos
de temas. Como isso facilitou os trabalhos da comissão?
A ideia é você criar um pouco mais de projetos sobre o mesmo tema. Por exemplo, colocar vários projetos sobre Defesa do Consumidor porque as pessoas se debruçam sobre o Código e sobre o tema. Tem sido uma experiência boa. A minha impressão é que se a gente conseguir arredondar um pouco mais isso vai ficar ainda melhor.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ENTREVISTA - Paulo Cesário Junior - (Coordenador da Comissão de Direito Político e Eleitoral da OAB de Osasco

“O voto distrital é uma situação que me preocupa muito. Dependendo da forma de como isso será feito, você pode beneficiar algum entendimento ou partido”


Graciela Zabotto
(gracielazabotto@webdiario.com.br)

Paulo Cesário é o coordenador da Comissão de Direito Político e Eleitoral da OAB de Osasco. Na semana passada, ele esteve presente ao debate sobre os principais temas abordados pela reforma política, realizado na Associação Comercial e Empresarial de Osasco (ACEO). Nesta entrevista, Cesário discorre sobre o fim das coligações, lista fechada pré-ordenada e financiamento público de campanha. Além disso, também aborda constitucionalidade da Lei Ficha Limpa.


Há dúvidas que a reforma política possa ser aplicada na eleição de 2012 ou apenas em 2014. Como o senhor avalia esse tempo para ser aplicada?

Já houve um grande avanço porque essa questão está sendo extremamente debatida, porém, infelizmente, esse debate ainda está muito na elite e preso aos estudiosos. Se a gente não conseguir colocar para que a população tome conhecimento da reforma política, isso não vai sair tão rápido. O que entendemos, nesse momento, é que existe um ponto passivo entre os partidos e é, justamente, a questão do fim das coligações. Há um ministro que defende o fim do financiamento das pessoas jurídicas, porém, mantendo a doação das pessoas físicas, e isso também seria um avanço. Acredito que não há um consenso, ainda mais em relação à lista fechada e pré-ordenada. O voto distrital é uma situação que me preocupa muito. Uma vez que você não sabe como será feita essa divisão do voto distrital. Como os estados ou municípios serão divididos? Dependendo da forma de como isso será feito, você pode beneficiar algum entendimento ou partido.

Como o senhor avalia a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a vaga do suplente pertencer à coligação e não ao partido?

Acho que essa decisão foi muito boa. Se for analisar a questão partidária, no momento das eleições, pelo menos no período de quatro meses, o partido político perde sua personalidade jurídica e é criada a coligação, como se fosse um terceiro partido. No caso da eleição, o suplente colaborou dentro do coeficiente eleitoral para aquele partido alcançar uma cadeira, nesse sentido acho que o Tribunal acertou.

Existem alguns questionamentos sobre a constitucionalidade da Lei Ficha Limpa. O senhor acredita que ela possa ser considerada inconstitucional pelo STF?

Por mais que a questão da Ficha Limpa tenha sido inicialmente uma medida mais popular, eu acredito que existem alguns dispositivos inconstitucionais em relação à questão do trânsito em julgado, quando a decisão não cabe mais recursos. Nesse sentido temos que respeitar, porque, se você deixa de concorrer a um cargo eletivo devido a ficha limpa, o que isso vai gerar? E sempre temos que lembrar que a Constituição define a soberania popular. É o povo quem define seus governantes e não podemos nunca passar por cima disso.

Quais são os pontos da reforma política que o senhor defende?

Primeiro a inquestionável questão do fim das coligações, acho que não cabe coligação no atual sistema que temos hoje. A questão da lista fechada pré-ordenada ainda causa algumas dúvidas, um exemplo disso é o comentário de Gomes Canutilho, um grande constitucionalista português. Em seu livro Direito Constitucional ele deixa muito claro isso. Apesar dele entender que não há uma inconstitucionalidade na questão da lista fechada pré-ordenada, 50% implica inconstitucional. Em nosso atual sistema brasileiro, a população ainda não vota em partido, a população vota em pessoa, no vizinho, no amigo, mas não vota nem um projeto partidário e político, vota pela afinidade que tem com a pessoa. Nós não temos ainda essa cultura e não adianta querer impor essa cultura de cima para baixo. Nós temos que tentar conscientizar a população que, mais importante do que votar em uma pessoa é votar em um projeto político. Esse trabalho de conscientização é que deve permanecer, não impor a questão da lista aberta ou lista fechada.

E quanto ao financiamento público de campanha?

O financiamento público de campanha deve ser muito mais debatido. Caso mude a questão da lista fechada, o financiamento público só é viável em uma lista fechada pré-ordenada por que como será feita a distribuição entre os partidos se não houver uma lista pré-ordenada? Quem vai receber mais ou menos recursos? Isso gera uma dificuldade muito grande. Tanto é que hoje já temos uma distorção com o fundo partidário, que é destinado ao diretório nacional, aos diretórios estaduais, mas nunca chega aos municipais. Então se o próprio corpo diretivo do diretório municipal não tomar a frente, a máquina não gira nos partidos. Essa questão do financiamento público de campanha ainda traz muita dúvida. Sem falar que já temos financiamento público. Aquelas propagandas gratuitas não são bem gratuitas, essas propagandas têm a questão do imposto, quando as emissoras acabam tendo isenção, e isso é muito complicado. Toda reforma vai gerar problemas processuais, por exemplo, se há uma lista pré-ordenada e um dos membros que está no 1º ou 2º lugar tem algum problema jurídico, quando for impugnar, será impugnado o candidato ou a lista? O Supremo já definiu que a chapa de prefeito é insolúvel, então, como seria? Seria criada nova jurisprudência, um novo entendimento e iria gerar muita discussão em torno disso.

Como o senhor avalia a aprovação da união estável homossexual pelo STF?

Eu avalio como um grande avanço. Acho que o Congresso Nacional perdeu o time e acabou demorando para fazer uma aprovação como essa. Constitucionalmente falando, acho que seria imprescindível em relação a isso.

O senhor acredita que essa decisão pode impulsionar a aprovação da criminalização da homofobia pelo Congresso?

Ainda não tenho essa visão. Porque, de qualquer forma, a criminalização da violência já existe. Então não sei se vai ser [aprovada] com tanta rapidez.

E a aprovação do casamento entre homossexuais?

Pode acontecer. Mas, de qualquer forma, eu acho que não. Na realidade, pelo o que temos conhecimento até agora, e até mesmo pela questão cultural, o casamento ainda é entre homem e mulher. Mas acho que só a questão do reconhecimento da união estável entre homossexuais já foi um grande avanço.

A bancada religiosa da Câmara basicamente utiliza argumentos de acordo com cada crença para se opor aos direitos homossexuais. O senhor concorda que a religião e não a justiça acabe interferindo em decisões como essa?

Nós sempre temos que ter uma ressalva quando se fala em democracia porque todos temos o direito de opinar e ter suas convicções. A questão da igreja é uma oposição talvez mais arcaica. Mas já houve alguns avanços dentro da própria religião, porém, ela demora muito tempo para tomar uma postura e sabemos que a cultura muda de tempo em tempo a questão social e o entendimento das pessoas. Nesse sentido, temos que tomar muito cuidado quando se fala de posicionamento de opinião.

Atualmente, o judiciário tem aprovado diversas resoluções sobre o sistema político brasileiro e alguns deputados têm afirmado que há interferência constante da Justiça nas questões que competem ao Congresso. Como o senhor analisa essa situação?

Primeiro que existe na questão constitucional e também no Código Eleitoral um dispositivo que possibilita ao Tribunal emanar normas, o que não pode acontecer, como aconteceu em algumas situações passadas, é ele [Tribunal] criarem situações de condições de inelegibilidade, isso o Tribunal não pode fazer, o que ele tem que fazer é organizar a Justiça.

Uma reforma política pode resolver esse impasse?

Não tenho essa certeza.


terça-feira, 10 de maio de 2011

Bancada de deputados estaduais do PT manifesta apoio à Ministra Ana de Hollanda

Ana de Hollanda emocionou-se com as manifestações de apoio. “Sinto-me reforçada quando vejo e sinto que tenho tantos companheiros. Nosso ministério está com o PT, realizando a política que o partido desenhou. É uma gestão bastante democrática e estamos totalmente abertos para o diálogo”.

Por Cecilia Mantovan, Portal Linha Direta
Fonte: www.pt-sp.org.br

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, reuniu-se com a bancada de deputados petistas, prefeitos, vereadores, militantes e agentes culturais petistas na última segunda-feira (9). O objetivo foi discutir as políticas do ministério, polêmicas e fazer uma preparação para a audiência pública desta terça-feira, na Assembleia Legislativa. A atividade foi sugerida pelo deputado federal Vicente Cândido e organizada em parceria com a bancada de deputados estaduais do PT.

Durante o encontro, a ministra recebeu o apoio do Diretório Estadual do PT, manifestado pelo presidente Edinho Silva, e também da bancada de vereadores petistas.

Segundo Ana de Hollanda, a fase ainda é de organização interna no ministério. “Estamos realizando muitas reuniões e encontros. É importante ouvirmos as categorias. Estamos enfrentando disputas, muitas vezes causadas por intrigas”. A ministra falou sobre os eixos prioritários da Política Nacional de Cultura, destacando os fóruns dos direitos da cidadania, o projeto de economia cultural, cultura estratégica e integrada às ações sociais e de educação, entre outros.

O presidente do PT-SP, deputado Edinho Silva, afirmou que confia no trabalho da Ministra Ana de Hollanda e conhece sua trajetória. “Conhecemos sua história, Ana, que se confunde com a construção da esquerda brasileira. Você sempre foi uma defensora da democratização da cultura e representa o nosso projeto, o projeto do PT, no governo federal. Você simboliza o que nós, petistas, construímos nos últimos anos. E é por isso que manifestamos total apoio à nossa ministra da Cultura, Ana de Hollanda”.

O líder da Bancada, deputado Enio Tatto, destacou a importância do encontro com a ministra, que faz parte da agenda de aproximação e parceria de deputados de São Paulo com os ministros do governo da presidenta Dilma Rousseff.

O deputado federal Vicente Cândido também ressaltou o apoio à ministra. “Sabemos dos problemas que o ministério vem enfrentando e queremos ajudar. Esse é um ano difícil, de cortes, por isso precisamos conseguir mais recursos de financiamentos para a Cultura”.

Ana de Hollanda emocionou-se com as manifestações de apoio. “Sinto-me reforçada quando vejo e sinto que tenho tantos companheiros. Nosso ministério está com o PT, realizando a política que o partido desenhou. É uma gestão bastante democrática e estamos totalmente abertos para o diálogo”.

Antonio Grassi, presidente da Funarte, acredita que o Ministério da Cultura avançou muito nos oito anos do Governo Lula. “Herdamos um ministério que enxergava o setor cultural como um balcão de negócios para os artistas. No Governo Lula isso mudou e ultrapassou esse balcão de atendimento. A cultura ampliou muito sua atuação”.

O líder da Minoria, deputado JoãoPaulo Rillo, que conduziu a mesa de debate, reiterou o apoio da Bancada e declarou apoio e solidariedade dos parlamentares paulistas à ministra. “Fizemos um debate qualificado e sincero. Não é somente a Ana de Hollanda que está sendo atacada, mas sim o próprio PT. Todos perceberam a possibilidade real da cultura se tornar uma grande estratégia de governo e isso tem trazido descontentamentos”.

Audiência

O encontro da ministra com a área cultural do estado de São Paulo acontece nesta terça-feira (10), a partir das 14h30, no Auditório Paulo Kobayashi, Alesp.

domingo, 8 de maio de 2011

Ministro da Saúde defende a ampliação do diálogo para a consolidação do SUS

No encontro, que reuniu mais de 500 pessoas dos três segmentos, na noite de sexta (6/5), o ministro Alexandre Padilha ouviu propostas e comentou os desafios para evitar “um apartheid de quem tem plano de saúde e quem não tem”.

Por Cecilia Figueiredo
Fonte: www.pt-sp.org.br

Vitalidade e energia militante. Foram as características centrais do encontro entre petistas e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na noite de sexta-feira (6/5), no encontro promovido pelo Diretório Estadual do PT-SP, na capital paulista.

Cerca de 500 pessoas lotaram o auditório do Sindicato dos Engenheiros na atividade que durante cinco horas debateu o modelo de gestão, os problemas na relação com o Estado de São Paulo, o desmonte do Sistema Único de Saúde pelos governos do PSDB/DEM/PSD, controle social e a política de saúde pública do Ministério em São Paulo.

Parlamentares, ativistas dos mais variados movimentos sociais e segmentos da saúde, relataram a terceirização dos serviços em São Paulo, o repasse de leitos públicos para convênios e particulares, filas, o crescimento de epidemias no Estado, falta de diálogo, a desvalorização dos servidores e o impedimento dos conselhos exercerem o controle dos investimentos no setor na capital e estado.

Um documento, produzido pelos movimentos que integram o Setorial da Saúde do PT-SP, foi entregue ao ministro da Saúde. Dentre as solicitações, os ativistas denunciam que os governos municipal e estadual não cumprem a Emenda Constitucional 29 de 2000, que define os percentuais que cada ente deve destinar à saúde pública. Em nove anos, R$ 4,5 bilhões deixaram de ser aplicados na área. “Uma auditoria do DenaSus, feita em 2009, revelou que entre os anos de 2006 e 2007 não foram aplicados R$ 2,1 bilhões”, frisa um dos trechos da pauta.

Desafios
Dezenas de lideranças denunciaram durante a plenária a precarização do serviços de saúde, produzida pela gestão terceirizada às Organizações Sociais, a desvalorização dos servidores e o desmonte do SUS em São Paulo. As OSs têm o controle de 30 hospitais, 37 ambulatórios médicos de especialidades (AMEs), central de regulação de vagas e exames.

Gestores municipais acrescentaram que o Estado de São Paulo é ausente na participação do financiamento dos programas federais: Estratégia Saúde da Família (ESF), Brasil Sorridente, Centro de Atenção Psicossocial (Caps), Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).

Dentre as propostas entregues ao ministro, o movimento enfatizou a regulamentação da Proposta de Emenda Constitucional 29, para o financiamento do sistema, com a priorização de contrapartidas do Estado para áreas de estrangulamento, como atenção básica e média complexidade. Segundo eles, o plano de valorização da carreira deve ser parte do Pacto pelo SUS e regulamentação da PEC 29. Medidas de qualificação dos servidores da saúde e alternativas à falta de profissionais em algumas especialidades, como pediatria, clínico-geral, também integram o conteúdo da discussão.

“Queremos a efetivação do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Uma saúde não fragmentada, que as mulheres sejam tratadas de forma integral. Queremos políticas de Estado, acabar com a mortalidade materna, avançar no debate da descriminalização do aborto”, pontuou Sonia Coelho, da Marcha Mundial de Mulheres.

O atraso de mais de duas horas do ministro Alexandre Padilha, ocasionado pelo vôo que o trouxe de Recife (PE), onde anunciava numa atividade a construção de cinco maternidades, não desmobilizou o plenário. Aplaudido em sua chegada, o ministro se sentou à mesa e ouviu com atenção as demandas, desafios e propostas no encontro que reuniu representantes de usuários, gestores/as e trabalhadores/as.

Ao elogiar a determinação militante dos petistas na discussão, que integra a série de debates que o PT Estadual vem promovendo com os ministros do governo Dilma, o ministro Alexandre Padilha afirmou que o Sistema Único de Saúde se consolidará somente no interior de uma aliança da sociedade brasileira. “Ou nós avançamos para a consolidação do sistema ou iremos intensificar a separação, um verdadeiro apartheid de quem tem plano de saúde e quem não tem”, vaticinou, ao alertar que existem 45 milhões de pessoas com plano médico e 14 milhões com plano odontológico. “Corresponde a uma Inglaterra inteira”.

Na avaliação do secretário de saúde da CUT/SP, Luiz Antonio Queiroz, o fortalecimento do SUS passa por intensificar o debate e apoio no movimento sindical e movimentos sociais já que as OSS significam a representação de empresas gerindo a saúde pública, com o repasse do dinheiro público mal investido. “Os ataques midiáticos acentuam pontos negativos da saúde pública e escondem os positivos. É preciso desmontar esse ataque e revelar que as OSs custam 50% mais caro que os hospitais públicos”, reforçou.

O presidente estadual do PT-SP, deputado estadual Edinho Silva, afirmou que defender SUS é defender a cidadania. “Porém, não podemos apenas ficar nas denúncias, é preciso apresentar soluções para os problemas do SUS. Esse é o desafio do nosso Partido”, defendeu o presidente do PT-SP, ao elogiar a vinda do ministro para debater um assunto que é sensível para a sociedade e que possibilita ao Partido fazer a afirmação do sistema público e universal na área da saúde.

Em sua intervenção, Edinho pontuou como desafios a necessidade de rever o teto financeiro, a vacância de médicos nos concursos das cidades do interior, que exigirá um enfrentamento com o CRM, ter o controle da contratualização com hospitais filantrópicos, estabelecendo indicadores e metas, abandonar a ideologização do debate para a construção de uma agenda para o fortalecimento do SUS.

O vereador Antonio Donato, presidente do Diretório Municipal do PT de São Paulo, que passou pouco antes no evento, parabenizou a iniciativa e convidou para o encontro que está sendo organizado para este mês com os conselheiros municipais e locais para debater essa agenda conjunta, que na cidade inclui os três hospitais anunciados pelo prefeito Kassab que não serão construídos, a transferência de quase R$ 2 bilhões/ano às OSs sem controle social, o fechamento do Hospital Sorocabana, que recebe recursos do SUS.

Diálogo com a sociedade
Para enfrentar os inúmeros desafios que estão postos, Padilha acredita que a 14a Conferência Nacional de Saúde, prevista para ocorrer em dezembro deste ano, deve atrair nas etapas municipais e estaduais o diálogo com os mais variados setores da sociedade, para que o conjunto da sociedade entenda a saúde como estratégico para o crescimento do País e garanta o que é fundamental para o país. “Esse país só será grande, crescendo economia, gerando empregos e forte, se o sistema estiver forte e consolidado. Não é possível ser a quinta economia do mundo sem aproveitar ao máximo o potencial do setor econômico que mais investe em inovação e desenvolvimento tecnológico, que é a Saúde”, reforçou ao citar números assegurados pelo sistema, que realiza 21 mil transplantes e 3,5 milhões de consultas a cada ano. “Não existe no mundo um sistema universal público como o SUS, portanto há que ter uma política de Estado para o financiamento da saúde. Tem que ser uma regra estável, por meio da regulamentação da Emenda Constitucional 29. A saúde necessita de regra estável que indique quanto União, estados e municípios tem que colocar e precisamos de recursos crescentes correspondente ao crescimento da economia, para que possamos chegar a patamares semelhantes à saúde suplementar no Brasil ou mesmo com outros países que tem sistemas nacionais de saúde”.

Ele não crê que mudará a percepção da área ante à população sem a qualificação das portas de entrada do SUS, da unidade básica de saúde à urgência e emergência, para garantir a universalidade do acesso, mas salientou a necessidade de repensar normas construídas nos anos 1970, que não dialogam com o conjunto da população. Assim como a quantidade de profissionais, humanizar o atendimento, combinar formas de gestão, pela heterogeneidade do país, sem abrir mão do controle público. Ele também valorizou a parceria com os municípios, para o grande embate que há com o governo do Estado, para reconstruir aliança com o usuário e o fortalecimento do sistema.

Políticas do Ministério da Saúde
Sobre as ações que estão sendo planejadas, será pactuado em maio com secretários municipais e estaduais na Comissão Tripartite, uma política de urgência/emergência, a partir dos 230 prontos-socorros mais importantes do país, os 50 hospitais universitários federais e tem uma rede de hospitais federais no Rio de Janeiro. A saúde da pessoa idosa, a ampliação da Rede Cegonha, o reconhecimento de doulas, obsterizes e parteiras, além da ampliação da saúde mental foram comentadas. O ministro disse ainda que está sendo elaborada uma pesquisa sobre o crack para planejar ações adequadas. Ele defendeu o estabelecimento de indicadores e metas para otimização serviços, a fiscalização, o investimento na qualidade de profissionais, mas também na quantidade.

“O Brasil hoje tem 1,6 médico por mil habitantes. A Inglaterra tem 2,5. Espanha tem 4, o Canadá tem 3 por mil habitantes. Quem disse que o Brasil não tem de formar médicos. Mas é claro que tem regiões que extrapolam a média do Estado”, comparou.
Para os estudantes brasileiros que estão fazendo Medicina em outros países, o ministro disse que no segundo semestre já será aplicado um novo exame nacional, substituindo a dependência de algumas instituições que faziam o exame anteriormente. “A ideia do exame nacional é importante para não ficar refém de instituições de ensino locais e rever o critério para ter uma nota de corte mais adequada a avaliar a qualidade do profissional. Esse exame vai ocorrer no segundo semestre, todo mundo que se formou fora do país pode prestar e essa será uma forma positiva de trazer esses profissionais que querem trabalhar no Brasil para que eles tenham os seus diplomas validados”, esclareceu o ministro, ao citar ainda a experiências com universidades estaduais de aprimoramento já em serviço de jovens que tenham estudado fora do Brasil.

Ao alertar que o Brasil tem que pensar quantos profissionais precisará em 2020, um debate que não implica em abertura indiscriminada de universidades, no incentivo à disputa do mercado e nem de respostas únicas, mas de diretrizes que estão sendo pensadas para respeitar a diversidade do território nacional. “Temos que fazer um grande debate entre modelo de gestão e de contratação. Travar esse debate no Congresso Nacional, como foi feito há quatro anos permitiu o aumento de fundações, das OSs”.

No encerramento, ele orientou que é preciso pensar modelos, que afirma a gestão pública do SUS. “A opinião de cada um dos representantes é decisiva para acertar os rumos da política do Ministério da Saúde ”

A mesa do encontro mediada pelo coordenador do Setorial de Saúde, Eurípedes B. Carvalho, reuniu também a assessora do ministro da Saúde, Eliane Cruz, os prefeitos Milton Carlos de Mello "Tupã”(Presidente Prudente), Augusto Pereira (Santo Antonio do Pinhal), os secretários do PT-SP, Wellington Diniz (Movimentos Populares) e Iduigues F. Martins (Assuntos Institucionais), a secretária-geral Silvana Donatti, o senador Eduardo Suplicy, os deputados federais Antonio Mentor e José Filippi; os deputados estaduais Marcos Martins e Adriano Diogo.

Representantes das bancadas de vereadores da capital e interior, deputados federais, estaduais, secretários/as municipais de saúde, além de lideranças de conselhos de profissionais, sindicatos, conselhos locais, entidades, associações e estudantes também participaram do encontro com o ministro, encerrado por volta das 23h.

sábado, 7 de maio de 2011

Conferência nacional de juventude já tem regimento interno oficial

Por Macro ABC

A primeira reunião da Comissão Nacional Organizadora (CON) da II Conferência Nacional de Juventude foi marcada pela assinatura da portaria do Regimento Interno da Conferência pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto de Carvalho.





















Em visita breve, o Ministro aproveitou para saldar e agradecer os participantes da Comissão pelo compromisso assumido com o processo da Conferência. O Documento foi publicado nesta quinta-feira (5) no Diário Oficial da União.


A Comissão, composta por 15 membros da sociedade civil do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e 18 membros do poder público. O encontro foi dirigido pela coordenadora geral da Conferência, Ângela Guimarães, e teve como primeiro ponto de pauta o debate sobre a temática da Conferência. A proposta é que a discussão gire em torno da aprovação do Plano Nacional e do Estatuto da Juventude, marcos legais em tramitação no Congresso.

Segundo o deputado federal Reginaldo Lopes (PT/MG), que participa da Comissão pela Frente Parlamentar da Juventude da Câmara Federal, mesmo que o Plano seja aprovado pela Câmara antes do término da Conferência, vale a pena a discussão que poderá modificar o documento que ainda será avaliado pelo Senado Federal.

A pauta da reunião seguiu com os informes sobre as ações da Secretaria Nacional de Juventude em relação à estrutura da Conferência e a escolha do Comitê Executivo, formado por 6 membros da Comissão Organizadora Nacional e que assumirá as ações mais práticas para o funcionamento da Conferência, além das decisões emergenciais. Compõe o Comitê 3 membros da Secretaria Nacional de Juventude e 3 membros do Conjuve.

A reunião terminou com a aprovação da primeira resolução da Comissão que versa sobre o funcionamento das etapas estaduais da Conferência. A resolução indica normas para facilitar os eventos estaduais e a escolha dos representantes nos Estados.



Encontro da Macrorregião

Por PT Macro Osasco



Encontro da Macrorregião Osasco, sábado, 28 de Maio de 2011

Local: Inst.Casa da Gente – R. do Bosque, 50 – Cohab II - Carapicuíba

Horário: 08:h as 18:h


Programação:


08:00hs as 09:00hs – Café da manhã;

09:00hs as 09:30hs – Saudação e Informes;

09:30hs as 11:00hs – Conjuntura Nacional e Estadual;

11:00hs as 13:00hs – Reforma do Estatuto;

13:00hs as 14:00hs – Almoço / Lanche;

14:00hs as 16:00hs – Diagnóstico Político da Macro e Eleição 2012;

16:00hs as 18:00hs Reforma Política;

18:00hs – Eleição dos Delegados.


Critério estipulado pela executiva da macro:


1) Das 08:00hs as 11:00hs – Credenciamento dos Delegados (titulares)

2) Das 11:00hs as 12:00hs – Credenciamento dos Suplentes

3) Será cobrada uma taxa no valor de R$ 5,00 (cinco reais) por delegado, convidado ou visitante.

O mesmo se faz necessário para cobrir despesas com café da manha, almoço e outros;

4) Cada mesa será composta com três Palestrantes, cada um com um tempo de fala de 10 minutos.

Abriremos 10 intervenções para o Plenário que será escolhido por meio de sorteio;

6) O Café da manhã será servido das 08:00hs as 09:00hs. Sendo que as 09:00hs e 01 minuto o mesmo será retirado para não causar tumulto e não atrapalhar os trabalhos do Seminário;

7) As 09:00hs e 01 minuto os trabalhos serão iniciados (sem atraso), diante disso solicito aos Palestrantes e Delegados que não atrasem , isso é essencial para obtermos uma disciplina Partidária.


Saudações Petistas.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Osasco: Congresso Brasileiro de Teatro realizado após 32 anos


Além do resgate histórico do Congresso de Arcozelo, realizado em 1979, em plena ditadura militar, o CTB 2011 propiciou o encontro e a discussão de cerca de 300 pessoas de várias partes do país sobre as demandas de artistas, o papel do teatro de rua, além de propor o 27 de março, como Dia Nacional de Mobilização do Teatro.

Por Claudio Motta Jr. e Elineudo Meira

O dia 27 de março poderá se tornar em breve o Dia Nacional de Mobilização do Teatro. Esta é a disposição das mais de 300 pessoas que se reuniram em Osasco, no final do mês passado, para discutir o teatro brasileiro no Congresso Brasileiro de Teatro (CBT).

Realizado 32 anos após o último grande encontro da classe teatral, a iniciativa foi promovida numa parceria da Secretaria da Cultura com a Cooperativa Paulista de Teatro e a Rede Brasileira de Teatro de Rua, nos dias 26 e 27 de março, no Centro de Formação de Profissionais da Educação Profª. Águeda Thereza Binotti.

O evento buscou estabelecer plataformas de diálogos, ouvir propostas, reivindicações e promover um debate acerca da necessidade de implantação de um programa nacional de fomento ao teatro.

"Em nosso teatro, diante da natureza e da sociedade, que atitude produtiva podemos tomar para o prazer de todos nós, filhos de uma época científica?” A partir de questionamentos como este, que implicavam o dramaturgo alemão Bertolt Brecht, artistas de rua e dos palcos se reuniram em Osasco para discutir os rusmos do teatro brasileiro. O evento foi oportunidade também para rememorar o que representou o Congresso de Arcozelo, realizado durante o regime militar, em 1979, para o desenvolvimento das artes cênicas no Brasil.

Presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, envolvido diretamente com a realização do Congresso, Ney Piacentini se emocionou ao falar sobre a disposição da Secretaria da Cultura de Osasco em realizar o evento: “é raro ter essa generosidade. É raro ter essa disposição. Eu já tinha me emocionado e me emociono de novo. É uma honra para nós, jovens que sonhavam fazer teatro, participar desse congresso.”

No encontro de representantes do teatro com algumas autoridades políticas, estavam presentes na conferência grandes nomes da dramaturgia e da gestão de políticas culturais, como a ex-secretária da cultura em Osasco e atual ministra da cultura Ana de Hollanda, o ator Antonio Grassi, atual presidente da Funarte – Fundação Nacional de Artes, o ator Sérgio Mamberti, atual secretário nacional de políticas culturais, o senador Eduardo Suplicy, o prefeito Emidio de Souza, o secretário da Cultura de Osasco Luciano Jurcovichi, o secretário da cultura de Joinville Silvestre Ferreira, a atriz Cristina Pereira e os diretores de teatro João das Neves, César Vieira, Luis Carlos Moreira e Zé Renato.

Durante a programação, representantes de movimentos, redes, cooperativas, associações, sindicatos, diretórios e centros acadêmicos, fóruns, grupos, companhias e outras entidades ligadas ao teatro, puderam discutir sobre os rumos, apresentar propostas e a pensar em novas ações de políticas públicas para a categoria.

Foram apresentadas ainda as necessidades e as dificuldades da classe artística para a criação e desenvolvimento do projeto do Prêmio Teatro Brasileiro.

O ProCultura - Programa de Fomento e Incentivo à Cultura – foi outro tema muito debatido durante o Congresso. Complexo, o programa está inserido no projeto de lei 6.722/2010 que substitui a Lei Rouanet e, em seu 66º artigo, institui a criação do Prêmio Teatro Brasileiro. Apesar do entusiasmo de alguns com relação ao programa, há ressalvas apontadas em seu texto. Piacentini, um dos principais críticos da proposta, avalia que o ProCultura dá continuidade ao sistema da renúncia fiscal, um mecanismo utilizado por empresas privadas para abater de seu imposto de renda o apoio e incentivo à cultura.

Depois de muitas divergências, propostas e encaminhamentos durante os debates, a conclusão dos participantes do Congresso resultou na Carta de Osasco, lida em público por Marília de Abreu, representante da `Cooperativa Brasiliense de Teatro e Circo. As resoluções do documento simbolizaram otimismo entre os presentes. Para a estudante maranhense Camila Grimal, a expectativa é “de que todos consigam efetivar aquilo que foi planejado durante o evento”.

Integrante da delegação do estado de Santa Catarina, a estudante e atriz de Florianópolis, Mariane Fairi avalia que o saldo do congresso é positivo e destacou a sua importância histórica. “Esse é um momento muito importante pra classe artística. Um momento muito definitivo que vai levar para um próximo congresso. Decisões muito importantes foram tomadas nesse congresso. O mais importante é o encaminhamento que ocorreu essa tarde, com a entrega da carta nas mãos da nossa ministra, Ana de Holanda”, avalia Mariane.

O prefeito Emidio de Souza e o secretário da Cultura, Luciano Jurcovichi, destacaram no encerramento a importância do evento para a história da cultura nacional e o teatro de rua, agradecendo a valorização da ministra Ana de Hollanda, que esteve presente no evento. “Ela já foi secretária da Cultura de Osasco e agora volta na condição de ministra da Cultura. Isso é motivo de muita honra e muito orgulho para nós”, declarou o secretário.

“Espero que o teatro brasileiro encontre no ministério da Cultura políticas adequadas para fazer esse teatro brigar cada vez mais e impedir que o teatro de rua seja reprimido. É o contrário: quando as ruas não conseguem ir para dentro dos teatros, são os teatros que devem ir para dentro das ruas e fazer valer aquilo que nós temos de rico”, acrescentou o prefeito de Osasco.

A ministra Ana de Hollanda falou sobre a importância do ProCultura, elogiou o encontro e admitiu estar bastante otimista quanto à aprovação do projeto de lei 6.722/2010. “Vim a Osasco participar desse Congresso, por gratidão. Devo muito a essa cidade. Aqui comecei a aprender o que é a gestão da Cultura. Foi aqui que aprendi como se faz cultura: é dialogando”.

Ana também defendeu o PL que assegura proteção aos artistas de rua: “Ainda bem que temos um projeto de lei. Espero que esse projeto do deputado Vicente Candido (PT-SP) para proteger, para garantir a continuidade, a existência e o trabalho do pessoal que faz teatro de rua, seja aprovado.”

Satisfeitos, o secretário de Políticas Culturais, Sérgio Mamberti, e o presidente da Funarte, Antonio Grassi, afirmaram que o congresso é um indicativo do diálogo que o governo Federal pretende fomentar com a sociedade civil e com a classe artística. Grassi pediu que o próximo Congresso, marcado para abril de 2012, aconteça na sede da Funarte, em Brasília.


Colaborou Cintia Salles

Edição: Cecilia Figueiredo