terça-feira, 7 de junho de 2011

ENTREVISTA - Valdir Roque (Coordenador do PT Macro-Osasco e Presidente da CMTO)




“Temos que implantar o Bilhete Único, mas não como foi feito em São Paulo, e sim da melhor forma para Osasco”

Por Graciela Zabotto (gracielazabotto@webdiario.com.br)

Ele é coordenador do PT Macro-Osasco e organiza o partido em 19 municípios, além disso, também é presidente da CMTO (Companhia Municipal de Transportes de Osasco). Nesta entrevista ao jornal Diário da Região, entre os assuntos correspondentes a CMTO, Valdir Roque fala sobre a inclusão do cartão BEM para aposentados e a pesquisa realizada para implantação do Bilhete Único em Osasco. Já como representante do PT Macro-Osasco, Roque discorre sobre a organização do PT macrorregião para as eleições de 2012 e a necessidade de reformular o estatuto do Partido dos Trabalhadores.

A CMTO tem um projeto para fazer cartão BEM para aposentados?
A partir dessa quinzena vamos fazer os cartões do BEM para aposentados. Hoje os aposentados estão restritos à parte da frente, com o cartão eles poderão passar a catraca e ficar onde quiserem. É um trabalho de inclusão, porque, às vezes, o aposentado não quer ficar restrito.

Aproximadamente, quantos cartões serão emitidos?
Não tenho ideia. Estou negociando com as empresas de ônibus e fazendo essa relação.

Como está a parceria entre a CMTO e a Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana de Osasco?
Nós estamos tendo essa parceria, mas a CMTO ainda é um órgão independente. Tem presidente, conselho e recurso próprio. É a CMTO responsável pela fiscalização das empresas, planejamento, mudanças de itinerário, negociação do valor da passagem de ônibus, terminais rodoviários, abrigos de ônibus e bilhete eletrônico municipal. Já a Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana trabalha com o Demutran (Departamento Municipal de Trânsito) e nisso estamos em conjunto. Futuramente queremos extinguir a CMTO, como já está no projeto da Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana, mas não é possível extinguir agora.

Como está a pesquisa de implantação para o Bilhete Único em Osasco?
Ela está sendo feita, mas é uma pesquisa muito difícil. Temos que saber o que é gratuidade. Em Osasco a gratuidade é muito grande, está entre 18 a 21%. Teremos que remodelar, saber quem usa a gratuidade. Saber origem e destino das pessoas e saber o custo da rede. Temos que implantar o Bilhete Único, mas não como foi feito em São Paulo, e sim da melhor forma para Osasco.

O senhor também havia comentado sobre a implantação do Conselho de Transporte Público Coletivo. Como está o desenvolvimento desse novo órgão?
Está em andamento, inclusive teremos uma audiência pública na Câmara Municipal para discutir esse Conselho. Tem que pegar a sociedade, os empresários, a CMTO, poder público e começar a debater qual será o melhor forma.

Certa vez o senhor comentou que as dificuldades da CMTO eram ter poucos técnicos e não ter dinheiro para financiamento de alguns projetos. Essa dificuldade ainda existe?
Ela existe ainda. Um técnico bom mesmo custa caro. Hoje, no mundo todo, a prioridade é o transporte coletivo. Tem essa dificuldade ainda, mas acho que com a Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana, daqui um ou dois anos, começamos a ter financiamento próprio para outras atividades e projetos importantes no trânsito e no transporte.

As eleições estão se aproximando, como está o desenvolvimento da macrorregião do PT?
Nós tivemos a reunião do encontro das Macros no dia 28, com mais de 300 delegados de cada município. Estamos organizando e preparando a Macro para as eleições de 2012, mas, também, estamos discutindo a reforma política eleitoral, a reforma do estatuto do PT e como trabalhar para as eleições de 2012.

Já tem alguma orientação do partido para organizar esse trabalho?
Estamos indicando que cada um dos 19 municípios da Macro tenha candidatura própria, porém, respeitando o diretório e as discussões que estão tendo com coligação. O PT estadual anunciou que o partido não deve fazer coligação com DEM, PPS e PSDB na região e vamos respeitar. Como também estamos respeitando as discussões que estão sendo feitas no município. Estamos buscando um convênio com o Instituto Jorge Batista para começar a fazer pesquisa nos municípios, como também fazer elaboração do plano de governo nas cidades. Além disso, vamos fazer formação política para as mulheres. Queremos fazer chapas fortes com mulheres na nossa região.

Quantas mulheres o PT Macro Osasco tem hoje?
Hoje temos três vereadoras nos 19 municípios, mas queremos atingir dez mulheres, no mínimo. Temos que recuperar as mulheres na política, porque houve um atraso muito grande, e foi pela própria formação cultural da sociedade.

E existe o interesse da mulher pela política?
Tem o interesse, mas também há dificuldades porque a mulher, muitas vezes, é quem fica responsável pelos trabalhos domésticos.

Será feita uma reorganização no estatuto do PT?
Sim. O estatuto do PT tem 31 anos. Quando fundamos o partido a cultura e economia era de um jeito, com o governo Lula e agora com o governo Dilma percebemos a cultura brasileira mudando, com mulher, negro e índio mais presente na política, com a economia do Brasil diferente. Então o estatuto tem que mudar também. Não vivemos mais nos anos 80. Hoje temos mais democracia e desenvolvimento.

Quem participa dessa alteração?
Todos os petistas e simpatizantes. Tem o site do diretório nacional do partido e qualquer pessoa pode contribuir com mudanças. O assunto já está sendo tratado pelo PT estadual. Em junho, julho e agosto a Macro-Osasco estará discutindo essas mudanças. No caso eleitoral estamos fazendo debate dessa reforma. E uma coisa que a sociedade precisa saber é que o Senado está discutindo a reforma política eleitoral, e não a reforma política, porque nesse caso seria mudança das instituições, nesse momento a proposta do Senado é alterar alguns sistemas como, por exemplo, a lista fechada, que somos totalmente a favor, e financiamento público.

E quais serão as principais mudanças no estatuto do PT?
Uma delas é a forma como são feitas as eleições. Hoje temos eleições diretas, porém alguns grupos acham que o partido deve fazer discussões em plenárias grandes. A mudança do estatuto é uma reforma mais atualizada.

Quanto à reforma política eleitoral, qual é o ponto que a macrorregião é contra?
Contra? Nós somos a favor. Tem que fazer mudança. Por exemplo, somos a favor da fidelidade partidária. Outra situação: um vereador pode se reeleger quantas vezes quiser, e por que o prefeito pode ser apenas duas vezes? Por que o senador pode ter oito anos de mandato e o deputado quatro? Parte do PT é contra o Senado, e para que serve o Senado no Brasil? Para nada. Ou vamos reformular o Senado? A reforma em nosso estatuto e a política eleitoral é basicamente igual porque, o que queremos no estatuto, colocamos também como princípio e ideais na reforma eleitoral e política.


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