terça-feira, 26 de abril de 2011

ENTREVISTA - Valdir Roque (Coordenador do PT Macro-Osasco e Presidente da CMTO)



“O PT na nossa região cresceu demais. Então crescem as vaidades e interesses internos, a dificuldade é você ter que saber trabalhar com as vaidades do ser humano”

Por Graciela Zabotto
Fonte : www.webdiario.com.br


Presidente da CMTO (Companhia Municipal de Transportes de Osasco) desde 2007 e coordenador do PT Macro Osasco, há um ano e meio, Valdir Roque responde por dois importantes órgãos no município. O PT Macro Osasco, por exemplo, atende 19 cidades da região. Nesta entrevista ao Diário da Região, Roque fala sobre os trabalhos e projetos da CMTO e discorre sobre o cenário político do PT dentro de Osasco e em cidades da região.


Os ônibus que foram entregues ontem substituem outros carros da frota correto?
Sim. Os 20 ônibus são para substituir alguns carros. Sabemos das dificuldades quanto ao tempo de espera, mas, muitas vezes, é o trânsito que atrapalha e nós estamos, junto com a secretaria Municipal de Transportes e Mobilidade Urbana de Osasco, procurando uma forma de trabalhar o trânsito para que os ônibus possam circular em intervalos mais rápidos.

E como será esse novo trabalho em parceria?
Hoje a CMTO cuida do transporte coletivo, da fiscalização e planejamento dos ônibus, do bilhete eletrônico municipal, fiscaliza os ônibus intermunicipais e clandestinos, e trabalha em junto com a EMTU. Além disso, estamos trabalhando, também, com a integração com o futuro metrô de superfície, e, até o final do ano, vamos fazer um trabalho de transbordo de passagem com a meta do bilhete único.

Qual sua opinião sobre o governador Geraldo Alckmin (PDSB) querer expandir o bilhete único?
Acho que tudo o que favorece a população é bom. O bilhete único que eu falo para Osasco é um trabalho que está sendo desenvolvido por meio de uma pesquisa. É o resultado dessa pesquisa que vai apontar a melhor forma para o usuário circular em Osasco. A pesquisa também vai mostrar como podemos mudar as linhas de Osasco, que já estão ultrapassadas e não atendem mais os empresários e os usuários, por exemplo, muitas vezes, para os moradores da zona Sul irem para zona Norte, eles precisam pagar duas conduções porque não tem uma que faça direto a linha da zona Sul para a zona Norte. Queremos terminar essa pesquisa e o novo direcionamento das linhas até o final deste ano.

O resultado prático da pesquisa seria aplicado em 2012?
Sim. O que nosso governador quer é trabalhar as intermunicipais, e isso é bom. Mas quais critérios serão determinados? Mesmo em Osasco o trabalho que ele estão fazendo não é fácil. Não pode ser um bilhete único como é em São Paulo. É preciso fazer um estudo para ver quantas linhas são deficitárias, quantas são lucrativas, onde é possível fazer o transbordo e, também, circulares. Nós precisamos analisar as coisas dessa forma.

Como a CMTO define as demandas de suas linhas?
A CMTO é uma gestora. Muitas vezes, a linha x carrega menos pessoas do que a linha y. Quando há problemas é bom o usuário fazer a reclamação pelo 0800 ou e-mail, isso nos ajuda a organizar os ônibus para as demandas. Estava pensando em ressuscitar a ideia do Conselho de Transporte Público Coletivo. Chamar a sociedade civil, sindicatos, os setores e segmentos da sociedade para discutir uma nova visão político-administrativa de como operar, não só as linhas, mas é preciso ter motoristas e cobradores capacitados com educação e bom tratamento.

Essa ideia de implantar o Conselho de Transporte Público Coletivo foi exposta para alguém?
Já conversei com algumas pessoas sim. A nossa intenção é que, em três ou quatro anos, a CMTO acabe e vá para a secretaria Municipal de Transportes. Como ainda não se pode fazer isso porque ela é uma economia mista, com diretoria, conselho e orçamento próprio e, em tese, não depende da prefeitura, você precisa pagar as dívidas, mas a intenção é a CMTO fundir com a secretaria. Hoje trabalhamos em conjunto, mas temos nossos trabalhos próprios e funções.

Hoje, qual é a maior dificuldade que a CMTO enfrenta?
É ter poucos técnicos e não ter dinheiro para financiamento de alguns projetos. Por exemplo, um dos projetos que defendo são corredores apenas para o transporte coletivo. Nós temos que educar as pessoas a andarem mais com os ônibus e com condições. Ele deve estar limpo, rápido e com passagem barata.

Acredita que há a possibilidade de baixar a passagem de ônibus, hoje em R$ 2,90?
Acho que há condições de estabilizar essa passagem. Nosso grande problema em Osasco é a gratuidade. Posso dizer que cerca de 18% a 23% dos usuários de Osasco não pagam passagem. Enquanto não houver uma política de subsidio ou de contenção da gratuidade podemos esquecer em manter o valor. Por exemplo, o governo federal faz uma lei que os aposentados não podem pagar passagem, não tenho nada contra, eles trabalharam a vida toda, porque vão pagar passagem? Só que é o governo federal quem tem que subsidiar essa passagem e não o município. Não temos subsídios para as empresas de ônibus.

O senhor é coordenador do PT Macro Osasco, como é feito o trabalho dessa entidade?
É um trabalho extenso onde procuramos ajudar a formar um partido e fazemos visitas aos municípios. Além disso, somos juízes de uma disputa interna e procuramos organizar o partido na região. É um trabalho que tem que percorrer todas cidades. Eu dividi a macro de Osasco em micros: micro BR, micro Anhanguera e a micro da Fepasa e Castelo, nesta estão Osasco, Carapicuíba, Barueri, Santana do Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Jandira e Itapevi.

E como estão as articulações para as eleições de 2012? O PT Macro Osasco tem uma meta para atingir?
A nossa meta depende muito se irão ou não aumentar as cadeiras nas Câmaras Municipais. De acordo como está hoje, temos 29 vereadores, nossa meta é chegar a 35; temos seis prefeituras, queremos aumentar, mas não sei exatamente como será porque, em algumas, vamos ter que fazer coligação. Mas o que interessa também é a votação em âmbito Macro. Mesmo que perdemos em uma prefeitura, conta também quantos votos essa prefeitura.

Em Osasco, o nome do deputado federal João Paulo Cunha (PT) é indicado para suceder o prefeito Emidio de Souza (PT), mas ainda não há nomes para o vice-prefeito. O PT já tem nomes citados para disputar o pleito como vice?
Como vigente partidário posso dizer que o João Paulo é um dos nomes mais cotados, mas não é o único. Há outros nomes em Osasco. Temos o Aluísio Pinheiro, atual presidente da Câmara Municipal, o deputado estadual Marcos Martins, tem também Jorge Lapas. O João Paulo é um consenso, inclusive, é o meu candidato, mas temos que fazer discussões dentro do partido. O vice depende dos partidos de aliança também, que será ampla em Osasco. É na discussão com os partidos que vamos ver qual nome será indicado para ser vice-prefeito.

Qual a maior dificuldade que o senhor encontra dentro do PT Macro?
O PT na nossa região cresceu demais. Então crescem as vaidades e interesses internos, a dificuldade é você ter que saber trabalhar com as vaidades do ser humano.

2 comentários:

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