quinta-feira, 31 de março de 2011

Valorização do serviço público


É vergonhoso que no estado mais rico do País existam funcionários com salário de R$ 320,00, valor inferior ao salário mínimo nacional.


Por Geraldo Cruz

Grande parte do tempo das sessões desta semana foi dedicado ao debate sobre o projeto (PL 30/2011), de iniciativa do governo estadual, que estabelece piso salarial mensal, no estado de São Paulo, para os trabalhadores que não tem pisos específicos definidos por lei. O projeto especifica três faixas (R$ 600, R$ 610 e R$ 620), mas exclui os funcionários públicos.

O salário dessa categoria é tratado no Projeto de Lei Complementar 3/2011, também de iniciativa do Executivo, mas não sob a forma de piso salarial, mas sim de abono. A bancada do PT tem criticado esta estratégia do governo que, na prática, retira direitos dos trabalhadores, pois abanos e outros “penduricalhos” não são incorporados ao salário. É vergonhoso que no estado mais rico do País existam funcionários com salário de R$ 320,00, valor inferior ao salário mínimo nacional.

Trata-se de um descaso com o serviço público, ou melhor, é parte da estratégia do PSDB de sucatear os bens públicos – sim, porque um serviço público de qualidade depende de profissionais bem remunerados e preparados – , ao mesmo tempo que privilegia a iniciativa privada.

Esta estratégia, evidenciada de inúmeras formas, está sendo questionada pelos movimentos sociais da área da saúde. Neste sentido, foi bastante gratificante receber na Alesp representantes dos conselhos de saúde da região Sudoeste, que se mobilizam pela revogação da Lei Complementar 1.131/10, que destina 25% das vagas do SUS para pacientes particulares e usuários de planos de saúde.

Nossa tarefa agora é apoiar esse movimento e trabalhar para que junte forças com outros grupos que também estão se mobilizando em torno do tema. Da nossa parte, insistimos na ideia de questionar esta lógica privatista do PSDB, provocando sua inversão: vamos propor projeto de lei que obrigue os hospitais privados a destinarem 25% de suas vagas para o SUS.

É preciso ousar e provocar, tanto o Legislativo quanto o Executivo; seguimos fiéis à energia que inspirou a formação do PT: construir uma sociedade justa e fraterna e, para tanto, é preciso valorizar o público, tornando-o, de fato, público.

Geraldo Cruz ex. prefeito da cidade de Embu das Artes e é deputado estadual



O golpe de 64 e o direito à verdade

Um padre amigo me citou certa vez um trecho do Evangelho de São João: “queiram a verdade, porque a verdade vos tornará livres”. Ou então o que dizia o notável Gramsci: aos revolucionários só interessa a verdade, nada mais do que a verdade. Simples assim. A verdade sobre o regime militar, mais cedo ou mais tarde, deverá ser exposta porque liberta. Vejo como uma purificação da alma brasileira. Uma catarse necessária, fundamental. Temos de olhar para os monstros que torturaram e mataram sem piedade, reconhecê-los. Ao menos isso. O artigo é de Emiliano José.
Emiliano José (*)

O 47º aniversário do golpe militar de 31 de março de 1964 é uma boa oportunidade para refletirmos sobre uma grande mancha, uma nódoa moral que mancha a alma brasileira. O golpe militar violentou o Estado de direito, derrubou um presidente constitucional, desrespeitou as liberdades individuais e coletivas e, sobretudo, submeteu o país aos interesses do grande capital nacional e internacional, capital que se acumpliciou inteiramente com o golpe. Os responsáveis pelo golpe militar cometeram um crime de lesa-pátria. E com o Ato Institucional Nº 5 (AI-5), em 13 de dezembro de 1968, os militares radicalizaram a ditadura, institucionalizando o terror de Estado, acabando com quaisquer vestígios de legalidade, e atentando, a partir daí de modo cotidiano, contra os direitos humanos.

Alguns historiadores concluíram, numa explicação rasa, simplista, que a anarquia militar deu origem à ditadura e ao terrorismo de Estado. Penso que não. A ditadura militar e o terrorismo de Estado foram resultado de um planejamento na Escola Superior de Guerra (ESG) que reproduziu pensamentos de guerra de escolas norte-americanas, que não admitiam um governo democrático reformista, progressista, porque era essa a natureza do governo Goulart. Todos os generais-presidentes eram foras-da-lei. Cúmplices na derrubada de um governo constitucional, e também na criação de um ordenamento jurídico autoritário e espúrio.

Esses generais-presidentes, por mais de 20 anos, comandaram o martírio imposto aos jovens estudantes, aos operários, a todos os que se opuseram ao regime militar das mais variadas maneiras e adotando as mais diversas formas de luta. Os generais-presidentes são criminosos. Não podemos, a Nação não pode, eximi-los da responsabilidade dos crimes de prisão, tortura, assassinato, desaparecimento de opositores ocorridos dentro das instituições das forças armadas e nas ações chamadas de combate.

Lamentavelmente, temos que dizer que as forças armadas brasileiras, as daquele período histórico, têm as mãos sujas de sangue. Essa gente tem nome e sobrenome. Daí a importância do resgate da verdade. Se ainda estão vivos, torturadores e assassinos precisam ser punidos, e o primeiro passo é o conhecimento da verdade. Não há prescrição para esse tipo de crime. Não pode haver. À luz do direito internacional, do nosso direito e à luz dos direitos humanos.

Esclareço, embora me pareça óbviom, que ao fazer isso ninguém está pretendendo julgar os militares brasileiros de hoje, que se encontram cumprindo suas funções constitucionais. Mais: creio que às Forças Armadas atuais deveria interessar que toda a verdade viesse à tona, que se desse nome aos torturadores publicamente, de modo a separar o joio do trigo, a enterrar de vez aquele período, e a não permitir de modo nenhum que tais Forças Armadas voltassem a se envolver em políticas terroristas, como ocorreu durante a vigência da ditadura militar inaugurada em 1964.

Um padre amigo me citou certa vez um trecho do Evangelho de São João: “queiram a verdade, porque a verdade vos tornará livres”. Ou então o que dizia o notável Gramsci: aos revolucionários só interessa a verdade, nada mais do que a verdade. Simples assim. A verdade sobre o regime militar, mais cedo ou mais tarde, deverá ser exposta porque liberta. Vejo como uma purificação da alma brasileira. Uma catarse necessária, fundamental. Temos de olhar para os monstros que torturaram e mataram sem piedade, reconhecê-los. Ao menos isso.

Direito à verdade. Direito à memória. Temos que reconhecer que lamentavelmente grande parte de nossa juventude de hoje não tem a menor idéia do que aconteceu nos porões da ditadura. É preciso que a sociedade medite sobre o que aconteceu, sobre a covardia que é submeter à tortura prisioneiros de qualquer natureza. É curioso assinalar que nem mesmo a legislação da ditadura, nem mesmo ela, admitia que a tortura fosse admissível. Eles não quiseram passar recibo. Mas, não adianta: a história registra as coisas. Na pele, no corpo, na alma de milhares de brasileiros ficaram gravadas as garras dos assassinos da ditadura. Não é panfletarismo gratuito: é que eram assassinos, e da pior espécie, e além de tudo covardes. A tortura é um ato de covardia, para além de monstruoso.

Do ponto de vista jurídico não há impedimento para o julgamento dessas pessoas, militares e civis. Pelo sistema de direitos humanos sacramentado pela ONU, pela OEA, não há prescrição para crimes deste tipo. Não é objetivo da Comissão da Verdade, sei, até porque impossível, até porque fora de suas atribuições, promover quaisquer espécies de julgamento. Ela quer apenas e tão-somente conhecer, garantir que a sociedade brasileira conheça a verdade. Saiba sua própria história.

Quando o General De Gaulle assumiu o governo provisório, após a libertação da França na Segunda Guerra Mundial, fez uma declaração singular: sua primeira medida seria instituir tribunais regulares para julgar os colaboracionistas, porque a França jamais poderia encarar o futuro com confiança se não liquidasse as contas do passado. Poderíamos acusá-lo de revanchista? Certamente não. Em nosso caso, não liquidamos as contas do passado e isso prolonga a nódoa moral criada pelo terrorismo de Estado.

Não apenas não liquidamos as contas, como o fizeram tantos países latino-americanos, como o Argentina, o Chile, o Uruguai, que viveram ditaduras também. Na Argentina, os carrascos, maiores e menores, amargam prisões, depois de julgamentos regulares, sob um Estado democrático. Jorge Videla está na prisão. Nós, nem ainda conhecemos toda a verdade.

Essa impunidade histórica alimenta um vício secular na política brasileira. O vício de um sentimento de imunidade do poder. No poder, os autoritários, fardados ou não, se julgam inatingíveis, se corrompem, traem os interesses nacionais, entregam as riquezas do país, relativizam atrocidades cometidas, como se os fins justificassem os meios. Creio que estamos mudando. Que no governo Lula, houve prisão de gente de colarinho branco, embora sob protestos de parte de nossa elite. Mas, ainda temos muito que avançar para acabar com quaisquer imunidades ou impunidades. Todos estão ou devem estar submetidos à lei. Ninguém tem o direito de torturar ninguém, e quem o fizer nunca deixará de estar ao alcance da lei.

A mídia anunciou que o Exército Brasileiro retirou da agenda a “comemoração” do 31 de março. Se corresponde aos fatos, ainda há esperança. Só temos a saudar tão sábia decisão. Chega a ser trágico que os novos militares cultuem com ordem unida e desfile público os crimes cometidos pelos generais do passado. Não dá para construir uma verdadeira democracia com esse tipo de tradição. O 31 de março só merece repúdio. Nunca comemoração. Ao fazer isso, creio, se de fato o fizeram, se acabaram com tais celebrações, as Forças Armadas atuais se incorporam definitivamente ao ideário democrático, se adequam aos novos tempos do Estado democrático.

A Comissão da Verdade quer apenas a verdade, o exercío do direito à verdade, à memória. O direito que tem qualquer pai, qualquer mãe de família, qualquer parente de saber o que ocorreu com seus entes queridos, muitos deles desaparecidos, milhares torturados pelos criminosos fardados ou não sob as ordens dos generais-presidentes entre 1964 e 1985.
Porta-vozes dos criminosos do passado tentam carimbar a Comissão da Verdade como revanchismo. Ela não tem esse caráter. Ela segue o caminho de todos os países que enfrentaram regimes genocidas, ditaduras terroristas, como foi o nosso caso. Queremos justiça, apenas justiça. Quer resgate de uma dívida do Estado brasileiro, na letra e no espírito da Constituição Federal. Quer o direito coletivo à verdade, um direito das vítimas da ditadura, um direito dos brasileiros.

Aqui, minha saudação aos bravos militantes brasileiros que tombaram na luta contra a ditadura de 31 de março de 1964. Minha saudação aos que lutaram e sobreviveram. E que não querem se esquecer do que houve. E ao manter na memória aqueles tempos não o fazem por qualquer espírito revanchista. Agem assim primeiro porque quem passa pela tortura, pela prisão, e sobrevive, nunca mais se esquece. E segundo, ao não se esquecerem e ao lembrarem publicamente dos crimes da ditadura, advertem as novas gerações que devem prezar muito as liberdades democráticas, valorizar a democracia, firmar a convicção de que ditadura nunca mais.

Emiliano José é jornalista, escritor, deputado federal (PT/BA), e ex-preso político.

Fonte:www.pt.org.br

José Alencar e a mudança político-cultural no Brasil


Quando senador pelo PMDB, José Alencar, então presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, já tinha um olhar diferente sobre o papel que Lula e o PT teriam na sociedade brasileira. O empresariado amargava um período de fraco crescimento da economia (portanto ao desagrado dele), com um governo que tinha como política segurar a inflação, o gasto público, administrar o câmbio, diminuir a presença do Estado e deixar para o capital privado outras macroiniciativas na economia (isto do agrado do empresariado). Era o que chamamos de ideologia neoliberal, com a qual José Alencar mostrou não concordar.

Alencar admirava a figura de Lula, como dizia ele, ‘um titã’ - uma figura forte com poderes extraordinários -, como alguém que poderia dar nova direção e novo ânimo ao Brasil. Alencar buscava um novo ciclo de desenvolvimento, com franca expansão do mercado interno, que segurasse o excessivo apetite do capital financeiro, portanto próximo a linhas conjunturais que o PT preconizava. Não há dúvida que as ideias de Alencar, tiveram peso nos compromissos que a quarta candidatura de Lula apresentou ao povo brasileiro.

Ele tinha plena consciência de que o Brasil ganharia muito se a sua classe empresarial reconhecesse a liderança daquele genial operário, que conhecia o Brasil mais do que todos, que tinha uma visão consolidada sobre um novo caminho de crescimento com distribuição de renda, estritamente dentro de regras democráticas e princípios republicanos. Lula, ao mesmo tempo, ficou impressionado com aquele empresário de espírito nacionalista e aberto às transformações. Consolidou-se deste modo, como dizia o próprio Alencar, ‘a aliança entre o trabalho e o capital, pela primeira vez sob a liderança do trabalho’. Aliança outras vezes tentada, por Vargas e Jango, mas com a elite na cabeça (aliança entre a burguesia nacional e o proletariado, como à época se chamavam o empresariado e os trabalhadores).

Alencar contribuiu singularmente para uma grande mudança política e cultural, facilitada talvez porque também viera de uma família pobre e não renegava este passado. Ele concordava que não mais se escolhesse para dirigir o país apenas alguém pertencente ao mundo dos ricos, dos acadêmicos, dos generais - a nobreza da República. Podia ser um operário, aquele operário, não mais um doutor. Poderia mais adiante ser uma mulher, não precisava como sempre fora, ser um homem. Ele foi na prática um militante por uma sociedade menos discriminatória, mais democrática, que valoriza as pessoas pelo que são capazes de fazer pela coletividade, e não por sua riqueza ou seus diplomas.

José Alencar, esta generosa e grande figura brasileira que Minas nos concedeu, ajudou muito o Brasil a mudar para melhor, a respirar mais democracia, a vencer preconceitos, a resgatar a autoestima e dignidade do nosso povo, para uma grande mudança cultural em curso no país.

Elói Pietá - Secretário Geral Nacional do PT

terça-feira, 15 de março de 2011

Reforma política para ampliar a democracia


Necessitamos de estímulos à representação feminina e de negros no Legislativo, além de mecanismos que aprofundem a participação da população

A Câmara acaba de instalar uma comissão especial para tratar da reforma política. A iniciativa coincide com um momento em que cresce a consciência da necessidade de um revigoramento de nosso sistema político e eleitoral.
O Brasil tem uma democracia representativa de massas, mas o sistema pode ser aperfeiçoado, com medidas que reduzam os custos das campanhas e deem sentido programático às disputas.
A crescente preponderância do poder econômico nos processos eleitorais tem provocado profundas distorções nas instituições legislativas e executivas. Amplos setores da sociedade são alijados das disputas eleitorais, em função dos altos custos das campanhas. Tal fato é facilmente observável nas disputas por cargos executivos em todos os níveis e, principalmente, nas eleições proporcionais.
A interferência do grande capital privado nas eleições é uma das principais fontes das crises políticas que vivemos nos últimos tempos. O uso de caixa dois e favorecimentos a candidatos ligados ao capital resultam em aumento do tráfico de influência e da corrupção no âmbito da administração pública.
O financiamento público vai explicitar os custos do sistema político, não os transferindo para o Estado, via contratos. O único compromisso da pessoa eleita, seja em que esfera for, será com o eleitor. Financiamento público pode não ser perfeito, mas ajudará a limitar as fraudes e facilitará a fiscalização.
O sistema de votação atual é uninominal, em que um eleitor vota num candidato, sem ter em vista a cultura programática. Isso enfraquece os partidos. Daí a necessidade do voto partidário, que vai fortalecer os partidos e permitir mais racionalidade ao debate eleitoral.
Garante-se, assim, mais nitidez partidária e programática, tirando o caráter personalista do sistema atual, em que candidatos apresentam propostas voluntaristas, clientelistas, ilusórias. Caberá aos partidos mudar o seu funcionamento, com garantia de democracia interna.
Precisamos rejeitar soluções mistificadoras, como as do voto distrital e do "distritão". Este quebra o pluralismo, a proporcionalidade, acentua a influência do poder econômico e exacerba o personalismo.
O voto distrital transforma o Congresso em espaço para assuntos paroquiais e permite que uma minoria social detenha a maioria parlamentar, eliminando o princípio "a cada eleitor, um voto", que preserva o caráter plural do Parlamento.
Necessitamos de estímulos à representação feminina e de negros nos três níveis de representação legislativa, além de mecanismos que aprofundem a participação da população na política, via plebiscitos e referendos, como nas democracias mais avançadas.
As mudanças que preconizamos fortalecem nossa democracia, dão mais transparência ao nosso sistema representativo e, sobretudo, asseguram mais agilidade e legitimidade nos mecanismos de expressão de toda a sociedade. Eis o desafio do Congresso Nacional.


PAULO TEIXEIRA, 49, advogado, é deputado federal (PT-SP) e líder do PT na Câmara.

sábado, 12 de março de 2011

Mulher pode?

Texto publicado na coluna Tendências/Debates do jornal Folha de S. Paulo, edição de 11/03/2011

Essa pergunta deveria soar absolutamente absurda na segunda década do século 21. Afinal, conquistamos o cargo político mais importante, que é o de primeira mandatária da nação.

Pela primeira vez, temos vice-presidentes mulheres no Senado e na Câmara, chefiamos nove ministérios e até a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Importantes empresas públicas e privadas já há algum tempo têm aberto posições de comando nas suas estruturas.

Por outro lado, segundo o Dieese, na região metropolitana de São Paulo ganhamos 76% do salário dos homens para fazer as mesmas tarefas. Uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo aponta que cinco de nós apanham a cada dois minutos no país. Outra, do DataSenado, que ouviu apenas mulheres, mostra que somente 6% das entrevistadas consideram que a mulher é tratada com respeito no Brasil. Segundo essa mesma pesquisa, 81% delas denunciariam se presenciassem um caso de agressão.

São exatamente essas contradições entre ocupação de espaços, mudança de disposição ao enfrentamento da violência e baixa autoestima que indicam que algo mudou. O momento é de transformação e transição, mas este é um país de paradoxos.

Gay e travesti são bem-vindos na vida "real" da novela e no Carnaval, mas não podem ter direitos de cidadania elementares. Mulheres começam a ocupar postos aos quais não tinham acesso, mas, quando desempenham suas ações com firmeza, não importa o cargo, logo são chamadas de autoritárias.

Entretanto, acredito que sairemos desse período, irreversível, com espaços mais amplos para as mulheres do que na maioria dos países, inclusive de Primeiro Mundo. A rapidez da abertura da porta para isso, com a eleição da presidente Dilma, já ficou demonstrada com as primeiras nomeações.

Como constatamos, as consequências mais aparentes foram rapidíssimas. As do mundo cognitivo, pelas quais passa o simbólico de ter uma mulher como presidente da República, vamos demorar mais para avaliar.

Mas tenho certeza de que, na cabecinha das meninas, o "mulher pode" já tem um futuro melhor do que na das mulheres entrevistadas pelo DataSenado, que não se veem tratadas com respeito no Brasil.

Para superarmos a violência de gênero e a cultura machista, que ainda impõe tantos obstáculos para a mulher, principalmente na entrada em uma carreira política, os esforços deverão ser prioritariamente em creches, em educação e em projetos que propiciem a independência econômica.

Enquanto a mulher não tiver condição de se manter, ganhar o mesmo que os homens pelo desempenho de funções similares e ter os filhos cuidados, o avanço será a passos tímidos. A possibilidade de identificação com uma imagem forte de mulher já está bem encarnada na figura de nossa presidente.

O caminho para que essa ideia se concretize vai depender de políticas públicas voltadas para a mulher. Para nossa sorte e alegria, Dilma tem a total percepção dos caminhos. E por isso acredito que esse momento pelo qual passa a mulher brasileira supera, com ela, a primeira fase. Mulher pode, sim.

Marta Suplicy, senadora pelo PT-SP, é vice-presidente do Senado Federal.

terça-feira, 8 de março de 2011

Documentário 'Muito prazer, mulheres do PT' - PARTE 6

PARTE 6
Documentário "Muito prazer, mulheres do PT", uma produção da Secretaria Nacional de Mulheres, do Partido dos Trabalhadores.

Este documentário será exibido no Canal do PT no Youtube, dividido em 7 capîtulos.
Fonte: www.pt.org.br

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Documentário 'Muito prazer, mulheres do PT' - PARTE 5

PARTE 5
Documentário "Muito prazer, mulheres do PT", uma produção da Secretaria Nacional de Mulheres, do Partido dos Trabalhadores.

Este documentário será exibido no Canal do PT no Youtube, dividido em 7 capîtulos.

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Fonte: www.pt.org.br

domingo, 6 de março de 2011

Documentário “Muito prazer, mulheres do PT” - PARTE 4

PARTE 4
Documentário "Muito prazer, mulheres do PT", uma produção da Secretaria Nacional de Mulheres, do Partido dos Trabalhadores.

Este documentário será exibido no Canal do PT no Youtube, dividido em 7 capîtulos.

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Fonte:www.pt.org.br

"Muito prazer, mulheres do PT" - Parte 03

PARTE 3
Documentário "Muito prazer, mulheres do PT", uma produção da Secretaria Nacional de Mulheres, do Partido dos Trabalhadores.
Fonte:www.pt.org.br

Este documentário será exibido no Canal do PT no Youtube, dividido em 7 capîtulos.

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"Muito prazer, mulheres do PT" - Parte 02

Documentário "Muito prazer, mulheres do PT", uma produção da Secretaria Nacional de Mulheres, do Partido dos Trabalhadores.
Este documentário será exibido no Canal do PT no Youtube, dividido em 7 capîtulos.

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Fonte:www.pt.org.br

sexta-feira, 4 de março de 2011

8 de março: Marcha Mundial das Mulheres realiza ato em São Paulo dia 12

Em luta por autonomia e igualdade, contra o machismo e o capitalismo, milhares de feministas sairão às ruas de São Paulo mais uma vez para celebrar o Dia Internacional de Luta das Mulheres. Como este ano a data oficial caiu em pleno carnaval, o ato foi transferido para o dia 12 de março.

A concentração terá início às 9h30 no Centro Informação Mulher, na Praça Roosevelt (R.Consolação, 605). De lá, as mulheres caminharão pelo centro da cidade, encerrando o ato na Praça da Sé. No próprio dia 8 de março, o bloco “Adeus, Amélia!” levará a mensagem das feministas à população paulista. A concentração terá início às 14h, no final do elevado Presidente Artur da Costa e Silva, o Minhocão (próximo à Avenida Francisco Matarazzo).

Reconhecendo os avanços conquistados pela luta das mulheres e a importância histórica da eleição da primeira mulher para a Presidência da República, as feministas sairão às ruas para dizer que isso apenas não basta para mudar a vida das mulheres. “Estamos em luta diária contra a violência sexista, pela descriminalização e legalização do aborto, valorização do nosso trabalho, educação de qualidade para todos e solidárias às lutas anti-capitalistas travadas no Brasil e no mundo”, afirmam as quase cem organizações que convocam o ato do dia 12. Participarão do ato mulheres da capital, Grande São Paulo e de diversas regiões do estado, como Campinas, Sorocaba, Baixada Santista, Vale do Ribeira e Vale do Paraíba.

Com a manifestação, as feministas querem chamar a atenção da população para os principais problemas que enfrentam. Entre eles, a tentativa, por parte do STF, de supressão de medidas jurídicas criadas com a Lei Maria da Penha; a falta de investimento por parte do governo estadual na ampliação das delegacias da mulher e casas abrigos; o déficit de vagas em creches e na educação infantil de São Paulo; o crescimento da intolerância e do conservadorismo, com manifestações de violência contra lésbicas, homossexuais e transexuais na cidade; o desrespeito a direitos trabalhistas das mulheres; o descaso do poder público com a reforma urbana e agrária; e a mercantilização do corpo da mulher nos meios de comunicação, entre outros.

As brasileiras prestarão ainda solidariedade internacional às mulheres de todo o mundo, tanto àquelas que lutam na Europa contra os efeitos da crise quanto àquelas que se batem para derrubar ditaduras ou acabar com ocupações militares existentes, como no Haiti.

Sobre o 8 de Março

Em 1910, a alemã Clara Zetkin propôs, na 2a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação do Dia Internacional da Mulher, celebrado inicialmente em datas diferentes, de acordo com o calendário de lutas de cada país. A ação das operárias russas no dia 8 de março de 1917 é a razão mais provável para a fixação desta data como o Dia Internacional da Mulher. Com a revolução, muitos direitos foram conquistados, como o voto, a elegibilidade feminina e o direito ao aborto. Em 1922, a celebração internacional foi oficializada e o 8 de Março se transformou na data símbolo da participação das mulheres para transformarem sua condição e a sociedade como um todo.

Site Marcha Mundial das Mulheres

Documentário “Muito prazer, mulheres do PT” - PARTE 1

Fonte: www.pt.org.br

“Muito prazer, mulheres do PT” é o nome do documentário que resgata a história da participação das mulheres na construção do Partido dos Trabalhadores. É uma produção da Secretaria Nacional de Mulheres do PT (SNMPT) e começou por ocasião dos 30 anos do Partido.

“Representa o esforço do PT, por meio de sua Secretaria Nacional de Mulheres, para resgatar, registar e oferecer, em especial às novas gerações de petistas, uma síntese da influência das mulheres na construção e consolidação dos princípios que fundamentam o Partido dos Trabalhadores”, diz a sinopse.

Para resgatar e registrar a participação e influência das mulheres na história do PT ao longo desses 30 anos, a SNMPT baseou-se em duas fontes principais: documentos do arquivo da Fundação Perseu Abramo e de militantes, e depoimentos de companheiras que participaram ativamente da construção dessa história.

Segundo a secretária nacional de mulheres do PT, Laisy Moriére, o documentário de 60min da uma boa noção de como o PT exercita e busca aperfeiçoar no seu interior a vivência democrática. “Embora, esteja focado na atuação das mulheres, o vídeo faz reviver as lembranças de qualquer militante petista, especialmente de quem está no Partido desde a sua fundação, e revela para as gerações posteriores porque o PT é o que é. Realmente vale a pena rever um pouco dessa história”, afirma a secretária.

O documentário será exibido aqui dividido em 7 capítulos. Clique na tela abaixo para assistir.