Dilma adorava andar de bicicleta, subir em árvore e ler as reinações de Narizinho, Pedrinho, Emília, Visconde de Sabugosa e dos outros moradores do “Sítio do Picapau Amarelo”, de Monteiro Lobato. Gostava ao mesmo tempo de óperas, às quais assistia na companhia do pai, e do seriado do Flash Gordon, que via nas matinês do cine Pathé.
Estudou no Nossa Senhora de Sion, tradicional colégio para meninas, e frequentou o Minas Tênis Clube, ponto de encontro da elite belorizontina. Mas desde cedo aprendeu que o mundo não era cor de rosa. Um outro mundo, de cores tristes, saltava aos olhos sempre que subia o Morro do Papagaio, uma das maiores e mais pobres favelas da cidade, para fazer trabalho voluntário com colegas e freiras do colégio. Ou quando abria a porta de casa para algum mendigo que implorava por um prato de comida.
Certo dia, bateu à porta um menino tão magro e de olhos tão tristes que ela rasgou ao meio a única nota que tinha. Ficou com metade da cédula e deu a outra metade ao menino. Dilma não sabia que meio dinheiro não valia nada. Mas já sabia dividir.
Fonte: www.pt.org.br
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