segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Nilcéia: Dilma precisa de Mercadante para avançar com mulheres em São Paulo



Nilcéia: Dilma precisa de Mercadante para avançar com mulheres em São Paulo

Por Cesar Xavier


A ministra da Secretaria Especial de Politicas para Mulheres, Nilcéia Freire, ficou entusiasmada com a mobilização das 500 mulheres que compareceram carregando suas bandeiras lilases ao Seminário de Programa de Governo de Mercadante, no centro de Osasco. Militantes de todo o estado e de vários movimentos sociais compareceram para discutir o diagnóstico da ausência de políticas públicas para as mulheres nos governos tucanos e as propostas que o governo Mercadante terá para este tema. "Dilma precisa de governadores em cada estado para dar suporte e avançar as politicas para as mulheres", enfatizou a ministra, após mostrar as dificuldades que o governo Lula teve com o governo Serra.

Ela ressaltou o papel do senador Aloizio Mercadante no Congresso e a certeza que tem de que ele será um grande governador para as mulheres paulistas. "Ele nunca nos faltou, pois esteve sempre ao lado quando precisamos que as políticas para as mulheres pudessem ser aprovadas."

Enquanto isso, ela lamentou que ao convocar a Conferência Nacional de Mulheres, a delegação de São Paulo foi uma das que teve mais dificuldades para se viabilizar a participação. "Se não fossem alguns prefeitos, não teríamos conseguido", afirmou. Para ela, a dificuldade de diálogo com o governo tucano sobre o Plano Nacional aprovado nas Conferências foi o principal motivo de dificuldades para a implantação das medidas transversais pensadas para as mulheres em todo o país. "Eles só mantiveram a estrutura de conselhos, que não têm capacidade executiva, por isso não tínhamos com quem dialogar".

Ainda assim, ela lembrou que foi possível capilarizar alguns avanços no estado pelo apoio de Prefeituras como as de São Carlos, Guarulhos, Registro e São Bernardo do Campo.

Elisas e Mércias

Nilcéia enfatizou a prioridade que o governo federal deu ao enfrentamento da violência contra as mulheres como uma decisão acertada. Mais uma vez, lamentou que o governo Serra só tenha assinado o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher após a pressão dos movimentos no 8 de março.

Outro episódio lembrado pela ministra foi o das 12 delegadas que se rebelaram, correndo o risco de serem exoneradas, pois queriam liberação para o curso de capacitação oferecido pelo governo para as Delegacias da Mulher e não conseguiam. "Não podemos continuar permitindo que notícias como a morte de Elisa Samúdio e Mércia Nakashima continuem aparecendo, enquanto a gente pensa se não poderiam ter um desfecho diferente", afirmou.

Ela conclamou a militância de mulheres a comparar o governo Lula com o dos demotucanos. "Vamos comparar em tudo, inclusive nos avanços para as mulheres, porque a gente dá de dez a zero neles. Temos muito do que nos orgulhar e não podemos permitir nenhum retrocesso", declarou Nilcéia. Seu discurso terminou com as mulheres gritando "A violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer".

Sensibilidade masculina

O candidato a governador de São Paulo, Aloizio Mercadante, enfatizou que as políticas de igualdade entre mulheres e homens é um dos eixos do programa de governo, revelando a importância do tema para seu governo. Dentro desse eixo, segundo ele, o enfrentamento à violência será um compromisso fundamental de construção de políticas públicas. "Vamos fazer a conferência estadual em meu governo e vamos estar na liderança desse movimento", afirmou. "Tanto as conferências nacionais, como o plano nacional e a lei Maria da Penha são conquistas fundamentais do nosso governo", afirmou o candidato.

Ele também citou os casos de Elisa e Mércia como crimes brutais impensáveis na atualidade, mas que se repetem todos os dias na periferia das cidades, mesmo sem a atenção que um jogador famoso de futebol e uma advogado têm nas páginas dos jornais. Ele ressaltou o fato de Elisa ter denunciado antes sua situação de violência e não teve amparo do Estado.

Mercadante mostrou as condições precárias em que as políticas para mulheres estão sendo aplicadas em São Paulo. Para 645 municípios, são apenas 129 delegacias, "metade sem recursos materiais e a outra metade sem pessoal". "Apenas uma delegacia tem plantão de 24 horas, como se a violência doméstica tivesse hora pra acontecer", criticou.

Compromisso paterno

Mercadante contou como testemunhou os partos de seus filhos e como participou desse momento. "Em São Paulo, 14% das mulheres parem em São Paulo sem nenhum tipo de assistência e anestesia", denunciou.

O candidato falou da importância dos maridos participarem desse momento tão importante para a mulher, por isso defendeu a licença paternidade no Congresso. "Para que o pai assuma seu papel e acompanhe a mãe, em vez de ir tomar cachaça pra comemorar e não participe dos primeiros meses do filho".

"Eu acompanho tudo que posso da vida dos meus filhos. Fui eu que dei o primeiro banho, quem trocou a fralda, embora tenha sido a Regina que segurou as pontas a maior parte do tempo", afirmou o senador sob aplausos. "Nós, homens, temos que construir uma identidade masculina e não machista, de participação na vida das mulheres".

"O melhor gesto que o Lula poderia ter dado de compromisso com as políticas públicas para mulheres foi ao indicar Dilma para presidenta. Eu sei que ela vai subir aquela rampa e vestir a faixa de presidenta da República", encerrou, após pontuar compromissos na área da saúde da mulher.








Nenhum comentário:

Postar um comentário