sábado, 30 de julho de 2011

DESPEJO EM SP: PT-SP rechaça criminalização aos movimentos sociais e sem teto

Cerca de 80 famílias, que ocupavam desde novembro imóvel abandonado na Alameda Nothmann foram despejadas, em mais uma ação violenta dos governos de SP. Dito, o advogado dos sem teto, foi preso.


Por Cecilia Figueiredo - Linha Direta


Na manhã desta sexta-feira (29/7), por volta das 8h, cerca de 80 famílias que ocupavam desde novembro imóvel abandonado na Alameda Nothmann foram despejadas em mais uma ação violenta que teve a participação de forte efetivo de homens da Polícia Militar.


O imóvel já foi ocupado anteriormente por pessoas que também foram despejadas. Inconformados com a postura do Judiciário, os manifestantes disseram que apesar de não cumprir o fim social estabelecido constitucionalmente, o juiz da 37ª Vara Cível do Fórum João Mendes expediu nova ordem de despejo, endossando a situação de abandono do prédio de três andares.Durante a reintegração de posse em São Paulo, o advogado Benedito Roberto Barbosa, o Dito, foi preso sob alegação de “desobediência civil”. A voz de prisão foi dada quando o advogado que representa as cerca de 200 pessoas da ocupação do prédio na Alameda Nothmann, buscava entregar pães para que as famílias alojadas. A PM impediu e ao tentar jogar o saco pela janela do prédio para as famílias que aguardavam, o advogado foi preso.Dito, que é coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP) e coordenador da União dos Movimentos de Moradia (UMM), foi levado ao 77º DP, na Avenida Marechal Deodoro e liberado somente no início da tarde desta sexta-feira.“Essa é mais uma situação incomum no trato de problemas sociais aqui na cidade de São Paulo”, afirmou o advogado na saída do Instituto Médico Legal, onde realizou exame de corpo de delito. Um inquérito foi aberto e neste momento lideranças e sem teto aguardam alternativa das autoridades públicas para as famílias desabrigadas, próximo ao prédio da Funarte, onde artistas de rua também realizam manifestação.O Diretório Estadual do PT-SP elaborou nota repudiando a ação e pedindo providências com relação às famílias desabrigadas. Leia a seguir:Nota rechaça criminalização aos movimentos sociaisO Diretório Estadual do PT-SP rechaça a postura arbitrária dos governos estadual e municipal no tratamento aos movimentos sociais e aos problemas da população sem teto. A direção estadual do PT-SP torna público seu apoio ao advogado Dito, que vem dedicando sua trajetória na mediação de conflitos e em favor da conquista da moradia para a população sem teto, além de denunciar a falta de uma política de habitação em São Paulo.O mesmo governo que responde com cassetete, quando deveria construir alternativas à falta de moradia às milhares de famílias da região, é o que favorece a especulação imobiliária, promove a política de higienização para executar projetos como o Nova Luz, no centro da cidade.Frente à situação dramática que envolve pessoas de baixa renda, o PT-SP se soma aos movimentos sociais, famílias e organizações para exigir providências imediatas dos governos Alckmin e Kassab.São Paulo, 29 de julho de 2011.


Diretório Estadual do PT-SP


Investimentos no PAC 2 continuarão crescendo até 2014, diz ministra do Planejamento

Até o último dia 27, o empenho do governo para o programa em 2011 era de R$ 11,3 bilhões, mas os desembolsos chegaram a R$ 10,3 bilhões. Em julho de 2010, estes valores eram, respectivamente, de R$ 11,7 bilhões e R$ 10,5 bilhões, superiores aos do primeiro semestre deste ano.

Por Daniel Lima, Pedro Peduzzi e Sabrina Craide, Agência Brasil

ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, disse hoje (29) que os investimentos na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) vão crescer até 2014, repetindo o movimento registrado durante o PAC 1, entre 2007 e 2010.

Até o último dia 27, o empenho do governo para o programa em 2011 era de R$ 11,3 bilhões, mas os desembolsos chegaram a R$ 10,3 bilhões. Em julho de 2010, estes valores eram, respectivamente, de R$ 11,7 bilhões e R$ 10,5 bilhões, superiores aos do primeiro semestre deste ano.

Miriam Belchior justificou a queda por se tratar do primeiro ano do governo Dilma Rousseff, quando, segundo a ministra, “é natural uma acomodação”. Ela voltou a destacar que o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento não atingiu o PAC e ressaltou que a prioridade continuará sendo a de investir cada vez mais no país , "pelo papel virtuoso que tem para crescimento da economia”.

“Por essa razão, não há contingenciamento. Em todo o primeiro ano de governo, é natural uma acomodação. Houve mudança em vários ministérios. Tradicionalmente, no primeiro semestre, a execução é menor que no segundo, e isso é natural no primeiro ano de governo.”